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Segundo dia do 15º Seminário Internacional Biblioteca Viva foca em tecnologias e inclusão digital
O segundo dia do 15º Seminário Internacional Biblioteca Viva trouxe
discussões sobre o uso de tecnologias informacionais nas bibliotecas e a
inclusão digital, temas que mantêm o foco nas transformações sociais e no papel
das bibliotecas como espaços de acesso à informação.
A manhã começou com a mesa-redonda "Inteligência a serviço da
inteligência: As bibliotecas no tempo da IA", que contou com a
participação de Anna Kasprzik, do Centro de Informação para Economia de Leibniz
(Alemanha), e Jean-Philippe Moreux, da Biblioteca Nacional da França. Ambos
trouxeram exemplos concretos de como as bibliotecas europeias estão integrando
inteligência artificial em suas operações diárias, destacando desde a automação de processos até a personalização
dos serviços ao usuário. Ana enfatizou que não existem soluções prontas,
sendo necessário o trabalho
colaborativo, começando pelas pessoas que gerem esses espaços, mas também com
outras parcerias institucionais.
A mediação de Pierre André Ruprecht (diretor executivo da SP Leituras) guiou o debate, ressaltando o papel fundamental das
bibliotecas como facilitadoras de acesso à informação e às tecnologias.
Logo após, a mesa-redonda "Tecnologias informacionais e inclusão
digital" trouxe uma importante reflexão sobre o papel das bibliotecas na
democratização do acesso às tecnologias. As convidadas Bárbara Coelho Neves, da
UFBA, e Regina Gavassa, da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo,
discutiram como a inclusão digital pode e deve ser promovida através dos
espaços bibliotecários. Para elas, é fundamental fornecer acesso às novas
ferramentas digitais, mas somente após garantir o letramento digital necessário.
A mediação ficou por conta de Aline Franca, do Sistema Nacional de Bibliotecas
Públicas (SNBP/Minc).
A manhã seguiu com as sessões de pôsteres digitais, onde foram
apresentados projetos de grande relevância. Entre os destaques estavam o pôster
da Biblioteca de São Paulo e da Biblioteca Parque Villa-Lobos, que abordou o
papel das bibliotecas na inserção social e cultural, e outro da Escola de
Comunicações e Artes da USP, que revisitou a história do Sistema de Bibliotecas
Públicas de São Paulo entre 1984 e 1996. O projeto de organização de uma
biblioteca comunitária no Centro Cultural Afro-brasileiro Solano Trindade
também gerou interesse, exemplificando a força desses espaços na promoção da
leitura em áreas periféricas.
Após o intervalo, a tarde trouxe uma das atividades mais esperadas do
dia: o "Encontro com Escritores", mediado pela jornalista Gabriela
Mayer. Os autores Giovana Madalosso, Paulo Scott e Cristino Wapichana
conversaram com o público sobre suas experiências com leitura e literatura,
reforçando a importância dos livros como pontes de diálogo e transformação
cultural. O encontro foi uma oportunidade para aproximar escritores e público,
ao compartilharem as razões que os levaram a se tornarem leitores. Wapichana
conquistou a plateia ao afirmar que é o bibliotecário quem dá vida e movimento
à biblioteca.
Para Pierre André Ruprecht, diretor executivo da SP Leituras, o segundo dia do Seminário provocou reflexões importantes sobre o papel social das bibliotecas, destacando a urgência de debates sobre as novas realidades tecnológicas e a responsabilidade social dessas instituições em promover a inclusão digital. O evento segue até amanhã (12), com mais atividades nas Bibliotecas de São Paulo e Parque Villa-Lobos.
Foto: mesa-redonda "Inteligência a serviço da inteligência: As bibliotecas no tempo da IA" (Crédito: Leandro Martins)