SP Leituras participa de debates promovidos pela 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo
Postado em 04 DE julho DE 2022As novas bibliotecas se
moldaram às novas atitudes e comportamentos dos leitores e se tornaram
verdadeiros espaços da inovação e do acolhimento. Este foi o tema da roda de
conversa “Novas Bibliotecas, Novos Leitores”, que aconteceu no último dia 3 de julho, no
Papo de Mercado, um espaço exclusivo da 26ª Bienal Internacional do Livro de
São Paulo dedicado para profissionais conversarem sobre os setores que fomentam
diariamente a cultura e educação do País.
O encontro, mediado pela
coordenadora do Ibeac e co-gestora da LiteraSampa, Bel Santos Mayer, reuniu
experiências brasileiras, da América Latina, Caribe e dos Emirados Árabes
Unidos para traçar o perfil das novas bibliotecas e dos novos leitores. Na
ocasião, o diretor executivo da SP Leituras, Pierre André Ruprecht, discorreu
sobre o papel das bibliotecas na construção do conhecimento autônomo e na
formação de leitores críticos diante das suas novas atitudes e de seus novos
comportamentos.
Ao lado da coordenadora do Instituto Pró Livro, Zoara Failla, Jeimy Hernández (CERLAC) e Bodour Al Qasimi (House of Wisdom – Emirados Árabes Unidos), Ruprecht ressaltou que, atualmente, a questão central da biblioteca pública é ser um espaço de acolhimento. “Mais do que apenas receptivas, as bibliotecas são refúgios, lugares para produção de cultura e espaços para inovação.”, afirmou o diretor da SP Leituras.
Para Ruprecht, o reconhecimento
das bibliotecas não apenas como espaços somente de leitura ou únicas detentoras
de conhecimento leva à concepção mais ampla de pensá-las como plataformas de
trocas de experiências. “Bibliotecas são instrumento para atender a
comunidade, com foco nas pessoas. Reconhecer os saberes e as experiências dos
diversos públicos que atendemos, proporciona a geração novos conhecimentos.”,
disse.
BibliON, inovação e leitura para um diálogo
com o público que fala com o meio digital
Para falar sobre os desafios
das bibliotecas no meio digital, Ruprecht comentou o novo projeto da plataforma
digital gerida pela SP Leituras, a BibliON - Biblioteca Gratuita de São Paulo,
recém-lançada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo de São
Paulo e que está presente na Bienal do Livro, num estande com intensa
programação para o público.
“Lidar com o meio digital é
o grande desafio para as bibliotecas; estamos falando com o público que está
conectado com o meio digital.”, destacou o diretor
executivo, acrescentando: “A BIbliON opera nos mesmos princípios das
bibliotecas físicas, não substitui o presencial, o complementa.”, destaca.
A BibliON é uma plataforma
de entretenimento e educação que disponibiliza mais de 15 mil títulos para
serem lidos em celulares, tablets, e-readers e computadores, criada com o
intuito de ampliar o acesso aos livros e estimular o hábito da leitura.
O novo perfil do leitor e as bibliotecas
como espaços de aprendizagem a partir do digital
O encontro contou ainda com a apresentação da
gerente de projetos do Instituto Pró-Livro, Zoara Failla. Coordenadora da
pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, Zoara falou sobre os principais
resultados do maior levantamento sobre o comportamento leitor brasileiro,
destacando a queda do número de leitores, em especial entre adolescentes e
jovens, e analisou os desafios para a ampliação da leitura no País.
Complementando o tema da mesa, Jeimy Hernández,
coordenadora de Leitura e Bibliotecas do Centro Regional para o Fomento do
Livro na América Latina e o Caribe (Cerlalc), órgão intergovernamental da
UNESCO, fez um panorama sobre como o cenário atual da mídia permite pensar
novas formas de atuação das bibliotecas, uma vez que os meios digitais são as
principais fontes de informação, principalmente, entre os estudantes. Para
Sheika Bodour bint Sultan Al Qasimi, presidente da Associação Internacional de
Editores (IPA), o digital é claramente o caminho para o futuro. Ela apresentou
várias iniciativas implementadas e relacionadas a novas e criativas formas de
se manter em contato com o público.