Bibliotecas em tempos de crise
Postado em 16 DE novembro DE 2021O Comitê de Bibliotecas da IFLA realizou no dia 11 de novembro o webinar Biblioteca Pública em Tempos de Crise. O objetivo do encontro foi debater e compartilhar experiências com profissionais da área para enfrentar os desafios da atualidade, em especial a Covid-19. A gerente de Programas e Projetos da SP Leituras, Giovanna Sant’Anna, foi uma das convidadas do evento, ao lado Inês Vila, chefe da Divisão Municipal de Bibliotecas na Câmara do Porto/Portugal, Ciro Monteiro, coordenador da Biblioteca Sinhá Junqueira, de Ribeirão Preto/SP, e Hanna Gledyz, coordenadora de Projetos Sociais na RECODE.
Em sua apresentação, Giovanna Sant’Anna mostrou primeiramente os desafios impostos às equipes das bibliotecas do Estado de São Paulo, coletados por meio da pesquisa de avaliação da qualidade de 2020. Entre eles, destacam-se a adaptação a um novo formato de atendimento, a dificuldade em reaver o acervo emprestado, a falta de acervo digital, a restrição de divulgação de informações por conta da lei eleitoral municipal e a falta de acesso à internet e computadores.
Na sequência, a gerente trouxe os aprendizados do período, como a mediação cultural mais ativa (on-line e à distância), conhecimento sobre novos formatos para a realização das atividades, necessidade de refletir sobre o papel das bibliotecas, incorporação da modalidade virtual após o retorno das atividades presenciais, busca da inclusão digital etc.
Inês Vila apresentou as atitudes tomadas para manter as bibliotecas da cidade do Porto, em Portugal, em contato com os leitores durante e após a pandemia. Além da retirada de livros na porta do equipamento cultural, foram implantados serviço de autoatendimento com a operação de empréstimo executada pelo próprio usuário, a disponibilização virtual do acervo de publicações periódicas de 150 países e de um catálogo de filmes para serem assistidos em casa e a transposição das atividades para o formato on-line. O desafio agora está em trazer o público de volta para as unidades. Como primeira ação, fizeram um Concurso Nacional de Leituras direcionado às escolas da região.
Na Biblioteca Sinhá Junqueira, de Ribeirão Preto, Ciro Monteiro explicou que as primeiras ações estavam focadas na saúde, como a arrecadação e distribuição de alimentos e produtos de higiene para a população em situação de vulnerabilidade social. Com o retorno gradual das atividades, o objetivo passou a ser as ações voltadas para o bem-estar e mudanças de atitude dos usuários, como oficina sobre medos e as palestras sobre masculinidade tóxica. Além disso, promoveram exposições artísticas, batalhas de rimas e grafites executadas essencialmente por mulheres.
O programa Recode Bibliotecas, do Rio de Janeiro, voltado para a transformação social e digital de comunidades por meio do protagonismo dos espaços de leitura, apresentado pela Hanna Gledyz, já estava preparado para acontecer no formato on-line. Porém, as atividades planejadas para serem desenvolvidas nas bibliotecas não poderiam ser realizadas. A saída foi atuar na formação dos profissionais com o intuito de esclarecer os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, além de oferecer apoio ao retorno das atividades presenciais.
O webinar completo pode ser visto aqui.