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14º Seminário Internacional Biblioteca Viva

Postado em 07 DE julho DE 2023
Crédito: SP Leituras

A Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, o Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo (SisEB) e a SP Leituras - Associação Paulista de Bibliotecas e Leitura celebram o sucesso da 14ª edição Seminário Internacional Biblioteca Viva, que aconteceu no formato on-line entre 26 e 30 de junho de 2023, com o tema “Manifesto da Biblioteca Pública IFLA-UNESCO 2022”.

O encontro registra um momento histórico, deixando um legado ativo de experiências vivas e pulsantes em torno deste documento, uma declaração de crença nas bibliotecas públicas contemporâneas, destacando a força desses espaços na promoção da cultura e dos conhecimentos, eixos fundamentais para o exercício dos direitos humanos e de um papel ativo de cidadãs e cidadãos na vida social.

Em 2023, o evento reuniu 1893 participantes de todo o Brasil, de 217 municípios, abrangendo 24 estados e Distrito Federal, com 6.411 visualizações no canal do Youtube do SisEB, contando com 34 convidados de cinco países - Brasil, África do Sul, Holanda, Portugal e Ucrânia. Diálogos envolvendo experiências de especialistas, professores, profissionais do livro e da leitura transcenderam reflexões sobre os desafios da atualidade, fomentando a troca de ideias criativas e inovadoras para fortalecer as bibliotecas brasileiras.

Muito se falou, durante as mesas, sessão de pôsteres e painéis, à luz do Manifesto, sobre a construção do futuro, valores e missões, participação e o protagonismo das bibliotecas públicas na sociedade, temas para ‘colocar a lenha na fogueira!’. O Seminário é um dos mais importantes eventos da área em toda a América Latina e uma das principais iniciativas no campo da biblioteca pública, criado para inspirar, fortalecer e transformar as mais de 500 bibliotecas públicas existentes no território paulista em centros de referência cultural abertos a toda comunidade.

“Estamos todos muito felizes e nos sentimos desafiados com este Seminário. Redes tem de expressar um projeto de serviços comum. É em torno do que é a biblioteca pública que discutimos a ideia de biblioteca viva”, declarou o diretor executivo da SP Leituras, Pierre André Ruprecht, ao comentar a relevância do evento para o setor.

O coordenador da Unidade de Difusão Cultural, Bibliotecas e Leitura, Dennis Alexandre Rodrigues de Oliveira, em nome da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, agradeceu a participação “necessária e importante” de todos os profissionais presentes no encontro, além da parceria com a SP Leituras que torna possível realização do projeto.

Ele comentou sobre os desafios que temos para o futuro, frente aos índices preocupantes sobre leitura em nosso país. “Temos um campo e demandas para poder atender o público. Vivemos um momento de transformação e a evolução para a Biblioteca Viva é essencial para criar espaços atraentes de acesso ao conhecimento”, enfatizou Oliveira.  

O Manifesto da Biblioteca Pública IFLA-UNESCO em todas as suas vertentes

Desafios da gestão pública

Partindo da lista de 11 missões explicitadas no Manifesto, que ampliam e modernizam as missões da versão anterior, o debate “Democracia cultural e desenvolvimento sustentável”, abriu a 14ª edição do Seminário, no dia 26 de junho, destacando a formulação de propostas para as possíveis articulações entre cultura, diversidade e desenvolvimento à luz do documento. 

Afonso Borges, jornalista, escritor e gestor cultural, criador do programa “Sempre um Papo” e vice-presidente do Conselho da SP Leituras, conduziu um bate-papo com a secretária da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Marília Marton, com a secretária Municipal de Cultura de São Paulo, Aline Torres e com o secretário de Formação, Livro e Leitura do Ministério da Cultura, Fabiano dos Santos Piúba. Marília Marton, reforçou a ideia da cultura como elemento primordial para o desenvolvimento humano: “Precisamos entender que a biblioteca é um espaço público que deve ser consumido pelas pessoas”, disse a secretaria, acrescentando: “A biblioteca socorre a vulnerabilidade, é um espaço essencial, um dos primeiros lugares de contato do indivíduo com a leitura, por isso, o cuidado para que os profissionais estejam preparados".

Presença Internacional

Ucrânia, Holanda, Portugal e África do Sul e Brasil. Cenários para refletir sobre a realidade brasileira. Na manhã do dia 27 de junho, a bibliotecária ucraniana Maria Shubchyk, coordenadora de Projetos de Promoção de Literatura e Tradução no Goethe-Institut Ucrânia, apresentou o projeto “Ein Koffer voll mit Büchern: uma mala cheia de livros”, uma iniciativa para oferecer livros ucranianos às famílias no exterior que tiveram de deixar seu país por causa da guerra. Mais do que informações técnicas sobre este emocionante projeto, Maria deu seu forte testemunhal, como uma cidadã ucraniana que teve de deixar o país com a filha, em março de 2022, em situação semelhante a de cerca de 5 milhões de pessoas que estão sendo deslocadas dentro do próprio território e outras 8 milhões que deixaram suas casas repentinamente - um dos maiores fluxos de refugiados da história. A mediação ficou a cargo da pesquisadora, gestora cultural e consultora, Beth Ponte (Ponte Cultura & Desenvolvimento).

No mesmo dia, Adriana Ferrari, vice-presidente da FEBAB – Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições, com Stephen Wyber, diretor de política e defesa da International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA). O tema advocacy não poderia deixar de ser tratado com especial atenção durante o encontro deste ano. “o Seminário Internacional Biblioteca Viva é um exemplo de advocacy, de militância!”, concluiu Adriana.

Educação Continuada

Ainda no dia 27, o Seminário Biblioteca Viva destacou a importância da educação continuada para os bibliotecários, gestores e para equipes que atuam em bibliotecas públicas, uma vez que a capacitação desses profissionais influencia o cumprimento das missões desses equipamentos culturais, seu papel social, cultural, educacional e informacional. A atual responsável pelo Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de Minas Gerais, Cleide Fernandes conduziu um bate-papo inspirador com o diretor executivo da SP Leituras, Pierre André Ruprecht, e com a museóloga Daniele Torres, sócia do Cultura e Mercado e diretora do Instituto AES, acumulando um vasto currículo como produtora e gestora de espaços culturais e de organizações sociais.

Novos paradigmas para avaliação de ações culturais

A mesa redonda “Conversando Sobre - Avaliação e monitoramento de ações culturais, do dia 29 de junho, trouxe reflexões fundamentais sobre a complexidade dos processos de avaliação, escuta e compreensão do público das bibliotecas na perspectiva do Manifesto da Biblioteca Pública IFLA-UNESCO, com a apresentação de experiências inovadoras relacionadas ao tema proposto pelo encontro.  Martina Rillo Otero, do Instituto Clima e Sociedade, a Coordenadora Nacional da Rede de Bibliotecas Escolares de Portugal, Manuela Pargana Silva, e diretora da Sonar Cultural Consultoria, doutora em Sociologia pela UNICAMP e Especialista em Gestão e Políticas Culturais pelo Itaú Cultural, refletem sobre a necessidade de se avançar em novos modelos de avaliação que permitam uma maior percepção da sociedade em relação aos projetos das bibliotecas. Nesse contexto, Dani Ribas destacou: “a habilidade do futuro é saber fazer as perguntas e não ter as respostas”.

Bibliotecas, leituras, literatura e... jornalismo

Já o encontro “Entre bibliotecas, leituras e literaturas”, na tarde de quarta-feira, 28 de junho, teve a proposta de levar ao público discussões que permeiam a experiência de três convidados que trazem em sua trajetória muita coisa em comum: Adriana Negreiros, Joselia Aguiar e Tiago Rogero são jornalistas e escritores. Com mediação do poeta, ensaísta e advogado, Tarso de Melo, a pauta do dia foi quente: como se deu a relação desses profissionais com os livros e com a literatura, a crítica ao jornalismo atual - e a autocrítica feita pelos próprios jornalistas – novos projetos, indicações de livros e leitura e, claro, relatos sobre o papel determinante das bibliotecas públicas nas vidas de Adriana, Joselia e Tiago.

Transformação Digital

A mesa “Transformação e alfabetização digital para os ODS: o caso das bibliotecas de Joanesburgo”, no dia 30 de junho, apresentou a jornada da transformação digital nas bibliotecas de Joanesburgo, África do Sul, e como as tecnologias envolvidas nestas mudanças ajudam a chegar no desenvolvimento sustentável, com uma conversa inspiradora entre a coordenadora do curso de Biblioteconomia e Ciência da Informação da FESPSP, Valéria Valls com o gerente de e-learning das Bibliotecas e serviços de informação de Joanesburgo, Jeff Nyoka, membro da comissão da Unesco para Comunicação e informação para a África do Sul. Uma inspiração para as bibliotecas brasileiras!

BibliON: uma experiência inclusiva e personalizada

E por falar em transformação digital, a BibliON também marcou presença na programação do Seminário. Com o objetivo de aumentar o acesso à leitura, à literatura, ao conhecimento e ao lazer da população do estado de São Paulo, em 2022 nasceu a BibliON, a maior e mais inovadora biblioteca pública digital do Brasil.

O projeto é o primeiro caso de sucesso da Odilo, patrocinadora do Seminário Biblioteca Viva, empresa espanhola fundada há 10 anos, atuando com bibliotecas públicas, educação pública e privada e com empresas. No Brasil há três anos, sua história se confunde com a própria BibliON, cuja principal missão é levar conteúdo de qualidade às pessoas e que seja acessível a todos

Frederico Faria, diretor da Odilo, veio contar aos participantes do evento porque a BibliON é mais do que somente uma biblioteca digital: trata-se ecossistema de conhecimento ilimitado que revolucionou as bibliotecas digitais no Brasil, tema da sua palestra do dia 29 de junho.

Sessão de pôsteres e painéis: o momento mais esperado do Seminário Biblioteca Viva

Além de palestras e mesas-redondas, o Seminário abre espaço para as bibliotecas e profissionais de todo país exporem seus trabalhos nas modalidades de painéis e pôsteres digitais. Ao todo, são 12 projetos escolhidos que contemplam nove municípios de seis Estados brasileiros, que abordam temas como mediação de leitura, acessibilidade e inclusão, terceira idade, jovens leitores, programas de extensão, ações de sustentabilidade, consumo consciente, entre outros. Os trabalhos podem ser conferidos na sessão de pôsteres e na sessão de painéis no canal do Youtube do SisEB.

Todas as gravações das mesas do 14º Seminário Internacional Biblioteca Viva estão disponíveis na íntegra no canal do YouTube do SisEB. Aproveite para ver e rever!

Criatividade e entusiasmo

O diretor executivo da SP Leituras, Pierre André Ruprecht, agradeceu a todos os envolvidos nesta edição: Conselho de Administração, Conselho Curatorial, mediadores e todas as equipes envolvidas na realização do evento. “O primeiro ponto importante do Seminário é podermos nos juntar e dizer: não estamos sozinhos! O segundo, é o entusiasmo, porque quando as pessoas entram em contato e começam a discutir seus projetos, os olhos começam a brilhar e o entusiasmo sempre volta a estar presente. O terceiro ponto é, de fato, a troca de informação e capacitação”, destaca o diretor.

Mensagem final

No caminho da mudança, você é nosso personagem principal. Este é o primeiro passo para reciclar suas ideias. Juntos alimentamos um amanhã melhor.

Agradecemos sua participação e já estamos nos preparando para o próximo Seminário Biblioteca Viva! 

Até breve! 

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