Viagem Literária cai na estrada - Viagem Literária

Viagem Literária cai na estrada

A 15ª edição do Viagem Literária começa hoje, 4 de julho, sua itinerância pelas 72 bibliotecas, de 71 cidades do Estado de São Paulo. Serão 4 meses de muita contação de histórias, bate-papo com escritores e oficinas de escrita criativa, percorrendo um vasto repertório de livros e gêneros da literatura brasileira contemporânea. O time composto por 36 escritores e 18 companhias/contadores de histórias irá realizar 360 atividades ao longo programa, que acontece por meio de ações virtuais e presenciais.  

 

Serão três módulos distintos: Oficinas de Escrita Criativa virtuais (de 4 a 28 de julho e de 7 a 30 de novembro), Contação de Histórias (de 8 a 25 de agosto) e Oficinas e Encontros com Escritores (de 3 a 27 de outubro). As inscrições são feitas diretamente na biblioteca participante.  

 

Participam da primeira fase do módulo Oficinas de Escrita Criativa os seguintes escritores: Bruno Ribeiro, Flavio Cafiero, Helô D’Angelo, Márcio Vassalo, Rafael Gallo, Socorro Acioli, Stephanie Borges, Vanessa Passos e Wlange Keindé.  

 

Além da programação
Como programa tradicional do SisEB, os públicos das bibliotecas já esperam a chegada do Viagem Literária, que começa antes mesmo dos contadores de histórias, escritoras e escritores caírem na estrada. “Existe um caminho a ser percorrido até chegarmos, de fato, às atividades programadas, como pesquisas literárias, leituras de determinados livros, assim como debates sobre temas pertinentes ao programa e a divulgação dos eventos", explica Pierre André Ruprecht, diretor executivo da SP Leituras. As ações do Viagem Literária, inclusive, extrapolam a programação dos eventos e se tornam opções de qualidade para serem trabalhadas durante outros períodos do ano, expandindo assim as possibilidades de acesso à cultura e promovendo experiências enriquecedoras de aprendizado e lazer.

 

Grande parte do sucesso do Viagem Literária vem da atuação das bibliotecas locais, que não economizam esforços para realizar e divulgar o programa, preparar e convidar os públicos para as ações, e expor a relevância da biblioteca pública para as comunidades. “O Viagem Literária mostra que o papel da biblioteca vai além do empréstimo de livros, sendo um espaço vivo de conexões intelectuais, descobertas e interações enriquecedoras, que despertam não só a paixão pela leitura, mas exploram as infinitas dimensões do conhecimento”, explica Marília Marton, secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.

 

Para ela, a biblioteca pública é uma importante opção de entretenimento para as comunidades. “Com seus espaços acolhedores e democráticos, as bibliotecas oferecem refúgio, descontração e cultura. Com livros, revistas e jornais, mas também com atividades lúdicas e criativas. Dessa forma, o Viagem Literária se consolida como uma opção versátil, que une aprendizado e diversão, enriquecendo a vida da comunidade de maneiras múltiplas e significativas”, destaca a secretária.

 

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Fique por dentro de tudo o que acontece nos três módulos do Viagem Literária!

Tributo à capoeira

Tributo à capoeira

São poucas as pessoas que conseguem transformar a paixão de vida em profissão. Esse é o caso do grupo Mandingueiras da Pracinha formado pelas contadoras de histórias, brincantes e capoeiristas Paula Castro e Camila Signorini. A dupla convidada a participar novamente do Viagem Literária comandou os espetáculos das bibliotecas de Ilhabela, São Sebastião, Biritiba Mirim e Suzano, de 22 a 25 de agosto. As apresentações foram baseadas no livro Em um tronco de Iroko vi a Iúna Cantar, de Erika Balbino. O tema da história já entrega o motivo da escolha. “O livro é sobre dois irmãos que conheceram a capoeira por meio de seres folclóricos, de deuses e entidades da natureza, trazendo recortes sobre a religiosidade afro-brasileira e afro-indígena. É uma aventura encantadora”, detalha Camila. Para a dupla, o Viagem Literária ao promover a aproximação das pessoas com o livro, a leitura e a literatura prova o quanto as bibliotecas são locais de  potência. “Além disso, com o processo de formação de público realizado antes das apresentações, aumenta a interatividade no decorrer do espetáculo, contribuindo com a inclusão de novos elementos no enredo e fazendo a aventura ficar muito mais divertida”, observa Paula. O grupo Mandingueiras da Pracinha atua desde 2017 com narrações de histórias, brincadeiras, vivências e oficinas. No último ano participou do Viagem Literária, da Hora do Conto da Biblioteca Pública de São José do Rio Preto e do Dia do Folclore de Brotas. Desenvolveu projetos contemplados no Edital ProAC Expresso e no Prêmio Nelson Seixas.    
Lições do mundo

Lições do mundo

Que lições as histórias trazem? Para os povos indígenas originários, as lendas, os contos e as tradições orais são uma forma de aprender o mundo. Ao participar do Viagem Literária, o escritor Cristino Wapichana fez questão de levar um pouco desses aprendizados para o público das bibliotecas de Garça, Bauru, Lençóis Paulistas e Botucatu, de 22 a 25 de agosto. Para o programa, selecionou três livros de sua autoria: A onça e o fogo, Sapatos trocados e Ceuci, a mãe do pranto. “O livro da Ceuci fala sobre algo muito valioso nos dias de hoje: o tempo. Ensina a vivermos o presente e sem ficar adiando as coisas”, conta o escritor. Uma das vantagens citadas por Cristino de participar do programa é poder mostrar para as pessoas como vivem os povos originários atualmente, afinal a imagem que muitos têm na cabeça ainda remetem há 200, 300 anos. “Somos pessoas ativas, desempenhamos várias profissões na sociedade, pagamos impostos e participamos ativamente da vida do país. Eu, por exemplo, além de escritor sou músico, cineasta e contador de histórias”, explica. Para ele, é importante a sociedade conhecer a diversidade dos povos originários para que sejam respeitados em sua cultura, no jeito de ser e de estar. “Só assim é possível conscientizar as pessoas para protegerem as matas e os rios e a defenderem as nossas terras, afinal somos todos iguais e compartilhamos do mesmo mundo.” Cristino Wapichana é patrono da cadeira 146º da Academia de Letras dos Professores da cidade de São Paulo. É autor de nove livros e vencedor de premiações relevantes, como o Prêmio Peter Pan, do Internacional Board on Books for Young People, e o Prêmio Jabuti. 
Mitos da criação

Mitos da criação

Contos que falam sobre a origem do universo e dos seres humanos deram o tom das apresentações da Cia. Koi, que percorreu as bibliotecas das cidades de Taubaté, São José dos Campos, Jacareí e Guararema, de 22 a 25 de agosto. Os espetáculos trouxeram para o Viagem Literária a delicadeza da arte japonesa de contar histórias chamada Kamishibai (teatro de papel), que mistura a narração com ilustrações artísticas. “Escolhemos as histórias de origem porque abordam temas essenciais à vida. Muito além da ciência, esses saberes ancestrais nos conectam com a nossa própria essência”, conta a atriz Andressa Giacomini. As encenações musicadas apresentaram os contos do livro Quando tudo começou, de César Obeid. Entre as histórias escolhidas estão o conto chinês O gigante Pan-ku, o conto indiano O sábio Manu e a história do povo originário brasileiro Karib em As criações de Purã. A obra está disponível para empréstimo na BibliON, a biblioteca digital gratuita de São Paulo. O grupo já é um velho conhecido do Viagem Literária e acredita que o programa é um momento único para conectar de forma lúdica e atrativa a literatura, os livros, as histórias, a arte e as bibliotecas. A Cia. Koi foi fundada em 2019, no município de Lins, pela atriz Andressa Giacomini e pela ilustradora Amanda Marques. Desenvolve projetos que circulam em bibliotecas, projetos sociais, escolas e festivais, sendo contemplada com vários prêmios, como Funarte RespirArte, ProAC e Aldir Blanc.