Márcio Maracajá: a arte de contar o cordel para o mundo - Viagem Literária

Márcio Maracajá: a arte de contar o cordel para o mundo

O multiartista pernambucano Márcio Maracajá se sente à vontade para compartilhar o universo dos cordéis com o mundo. Não é para menos: o ator, contador de histórias, diretor, cenógrafo, educador e fundador da Cia. de Projetos Cênicos e da Cia. Sá Totonha - personagem de José Lins do Rego, sua grande fonte de inspiração -, revelou que sua primeira referência de narrativas e de literatura foi com este tipo de história. “Antes de aprender ler, já ouvia tias narrando feitos heroicos, acontecimentos fantásticos, saído das páginas simples dos folhetos comprados em feiras”, relembra o contador de histórias”, relembra o contador de histórias.

Foi durante a 16ª edição do programa Viagem Literária – módulo Contação de Histórias – Literatura de Cordel, que Maracajá pode colocar em prática, mais uma vez, seu dom de transmitir e universalizar o cordel. Ele esteve no comando das sessões que ocorreram entre os 6 a 8 de agosto nos municípios de  São Sebastião (6 de agosto, na Biblioteca Municipal de São Sebastião ‘Álvaro Doria Orselli – Seu Alvinho’; Guararema (7 de agosto, na Biblioteca Municipal Professora Zilda Leonor Lopes, situada no espaço da Estação Literária Professora Maria de Lourdes Évora Camargo);  Santo André (8 de agosto, na Biblioteca Pública Vila Palmares) e Diadema (9 de agosto, na Biblioteca Pública Oliria de Campos Barros). “Foi ótimo! Acho muito especial poder compartilhar este universo dos cordéis com variados públicos”, disse o ator.

Viva, Leandro Gomes de Barros

“Toda vez que narro as histórias de Leandro Gomes, sou tomado por estas lembranças que me formaram”, recorda o ator, se referindo àquele que é considerado o primeiro escritor brasileiro de literatura de Cordel e o maior poeta popular do Brasil de todos os tempos, Leandro Gomes de Barros. No seu tempo, seu codinome era "O Primeiro sem Segundo". Foi campeão absoluto de vendas, tendo escrito aproximadamente 240 obras, com muitos folhetos que ultrapassam a casa dos 3 milhões de exemplares vendidos. Em 19 de novembro é comemorado o "Dia do Cordelista", em homenagem ao nascimento de Leandro Gomes de Barros.

E a viagem continua...

Neste módulo específico de “Contação de Histórias”, realizam-se 134 atividades culturais em um total de 67 bibliotecas em todo o Estado de São Paulo. Dezesseis grupos de contadores de histórias se dedicarão a encantar públicos de todas as idades com suas narrativas envolventes.

Os eventos acontecem sempre em bibliotecas públicas, em parceria com as prefeituras das cidades participantes. A proposta é estimular a formação de novos leitores e fortalecer os vínculos entre as bibliotecas e a população local, além de dar ênfase à literatura brasileira de cordel. 

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Márcio Maracajá: a arte de contar o cordel para o mundo

Márcio Maracajá: a arte de contar o cordel para o mundo

O multiartista pernambucano Márcio Maracajá se sente à vontade para compartilhar o universo dos cordéis com o mundo. Não é para menos: o ator, contador de histórias, diretor, cenógrafo, educador e fundador da Cia. de Projetos Cênicos e da Cia. Sá Totonha - personagem de José Lins do Rego, sua grande fonte de inspiração -, revelou que sua primeira referência de narrativas e de literatura foi com este tipo de história. “Antes de aprender ler, já ouvia tias narrando feitos heroicos, acontecimentos fantásticos, saído das páginas simples dos folhetos comprados em feiras”, relembra o contador de histórias”, relembra o contador de histórias. Foi durante a 16ª edição do programa Viagem Literária – módulo Contação de Histórias – Literatura de Cordel, que Maracajá pode colocar em prática, mais uma vez, seu dom de transmitir e universalizar o cordel. Ele esteve no comando das sessões que ocorreram entre os 6 a 8 de agosto nos municípios de  São Sebastião (6 de agosto, na Biblioteca Municipal de São Sebastião ‘Álvaro Doria Orselli – Seu Alvinho’; Guararema (7 de agosto, na Biblioteca Municipal Professora Zilda Leonor Lopes, situada no espaço da Estação Literária Professora Maria de Lourdes Évora Camargo);  Santo André (8 de agosto, na Biblioteca Pública Vila Palmares) e Diadema (9 de agosto, na Biblioteca Pública Oliria de Campos Barros). “Foi ótimo! Acho muito especial poder compartilhar este universo dos cordéis com variados públicos”, disse o ator. Viva, Leandro Gomes de Barros“Toda vez que narro as histórias de Leandro Gomes, sou tomado por estas lembranças que me formaram”, recorda o ator, se referindo àquele que é considerado o primeiro escritor brasileiro de literatura de Cordel e o maior poeta popular do Brasil de todos os tempos, Leandro Gomes de Barros. No seu tempo, seu codinome era "O Primeiro sem Segundo". Foi campeão absoluto de vendas, tendo escrito aproximadamente 240 obras, com muitos folhetos que ultrapassam a casa dos 3 milhões de exemplares vendidos. Em 19 de novembro é comemorado o "Dia do Cordelista", em homenagem ao nascimento de Leandro Gomes de Barros.E a viagem continua... Neste módulo específico de “Contação de Histórias”, realizam-se 134 atividades culturais em um total de 67 bibliotecas em todo o Estado de São Paulo. Dezesseis grupos de contadores de histórias se dedicarão a encantar públicos de todas as idades com suas narrativas envolventes. Os eventos acontecem sempre em bibliotecas públicas, em parceria com as prefeituras das cidades participantes. A proposta é estimular a formação de novos leitores e fortalecer os vínculos entre as bibliotecas e a população local, além de dar ênfase à literatura brasileira de cordel. 
Camila Genaro: ‘Somos humanos e precisamos das histórias, mesmo em tempos de IA”

Camila Genaro: ‘Somos humanos e precisamos das histórias, mesmo em tempos de IA”

Para Camila Genaro, para ser uma boa contadora de histórias é necessário ter ouvidos atentos para o mundo - “só assim conseguiremos dialogar com o público”,  diz.  Há 27 anos contando e escutando histórias, hoje ela ocupa a cadeira 18 da Academia Brasileira de Contadores de Histórias e acumula prêmios como Anita Garibaldi e o Troféu Baobá, considerado o mais importante da categoria no Brasil. “Todas as vezes que inicio uma apresentação e percebo os olhos brilhantes na minha direção, meu corpo se arrepia. Ali, naquele instante, acontece a ´magia´ do poder da palavra. Quando acabo e recebo afeto é a certeza de que as histórias entraram, de alguma forma, na vida daquelas pessoas de todas as idades”, conta ela, que está em turnê no módulo Contação de Histórias - Literatura de Cordel do Viagem Literária. Confira a entrevista completa: Qual a importância de levar a literatura de cordel aos espaços públicos?O tema deste ano [Literatura de Cordel] é de uma importância imensa para que o público do estado de São Paulo conheça outra cultura, outras formas de se contar histórias. O Brasil é gigante em arte e cultura, e nós, contadores e contadoras de histórias somos pontes entre o público e essa cultura.Como a sua jornada de “escutadora de histórias” influenciou sua abordagem como contadora de histórias e como isso se reflete em suas apresentações hoje?Para ser um bom contador de histórias é necessário ser um bom escutador de histórias. Ter ouvidos atentos para o mundo. Só assim conseguiremos dialogar com o público. Os contos dizem sem dizer. Abrem conversas profundas, com temas que muitas vezes são difíceis… por isso não acredito numa abordagem com a quarta parede numa apresentação de contação de histórias. Quando conto também escuto.Como percebe o impacto de suas histórias sobre os públicos? Todas as vezes que inicio uma apresentação e percebo os olhos brilhantes na minha direção, meu corpo se arrepia. Ali, naquele instante, acontece a “magia” do poder da palavra. Quando acabo e recebo afeto é a certeza de que as histórias entraram, de alguma forma, na vida daquelas pessoas de todas as idades. Conto histórias há 27 anos e tem muita história boa pra contar. Mas, durante a pandemia, contei histórias todos os dias ao vivo pelas redes sociais. E até hoje, as pessoas me mandam mensagens lindas dizendo que “salvei” a sanidade mental delas. E sempre respondo que esses encontros diários também me salvaram. Quais os principais desafios de usar a internet para disseminar sua arte?O olho no olho é sempre incrível. A sensação de estar junto é sensacional. Mas quando surgiu a oportunidade de contar histórias na Internet, eu quis testar. E deu certo! Minha voz chegava em muitos lugares que meu corpo ainda não tinha ido. Penso que não temos que substituir o olho no olho pelas telas, mas sim agregar. Trabalhar junto. As tecnologias são uma realidade na maioria das casas. Então, não dá para “brigar” com elas, e sim entender como comunicar de uma outra maneira para que as histórias cumpram seu papel.Como você vê o futuro da contação de histórias no Brasil?Vejo um movimento grande de pessoas querendo contar histórias. E isso é lindo. Porque poderemos estar em todos os espaços com diversas vozes. Vejo, também, profissionais de marketing e empresários de todas as áreas bebendo na fonte da oralidade para comunicar  com seus clientes. A contação de histórias é uma arte viva e em movimento. Que se transforma de acordo com o tempo que estamos vivendo. Somos humanos e precisamos das histórias, mesmo em tempos de IA. Momento de descontração após apresentação na cidade de São Bento de Sapucaí (Foto: Vanessa Sousa)
'Muita loucura, cantoria e histórias emocionantes' é o que promete Ademir Apparício Júnior na primeira semana do Viagem Literária

'Muita loucura, cantoria e histórias emocionantes' é o que promete Ademir Apparício Júnior na primeira semana do Viagem Literária

Ademir Apparício Júnior é um ator-pesquisador, palhaço, contador de histórias, produtor criativo, arte-educador e mímico que aprendeu a arte de contar histórias com sua avó Dolores. "Quando apresento, é como se ela estivesse comigo em cada sorriso do público, cada olhar, cada canção que eu canto em cada história que eu apresento", ele compartilha. Patrono da cadeira 19 da Academia Brasileira de Contadores de Histórias e membro da Rede Internacional de Contadores de Histórias, Ademir traz uma abordagem autêntica e envolvente para suas apresentações. “Os estudos em Gestão Cultural me ajudaram a administrar melhor o meu trabalho, entendendo-o de forma empreendedora criativa. Isso me permitiu expandir minha ação artística para além da minha região,” explica.Em conversa com a SP Leituras, ele destaca a importância da literatura de cordel, recorda momentos inesquecíveis que já viveu com outras edições do Viagem Literária e ainda dá um teaser do que levará aos públicos neste ano. Confira!Como a sua formação em Gestão Cultural e os estudos em Mímica Total, Teatro Físico e Arte Dramática contribuem para a sua abordagem como contador de histórias e produtor criativo?Os estudos na Gestão Cultura me ajudaram a administrar melhor o meu trabalho entendendo ele de forma empreendedora criativa. Assim consegui expandir minha ação artística para outras localidades além da minha região e ter estratégias criativas para apresentar em lugares que nunca havia imaginado antes. Agora os estudos de Mímica com o Luis Louis, Teatro Físico com o LUME Teatro e Barracão Teatro potencializaram a minha ação oral que já vinha desenvolvendo desde que me formei em Arte Dramática, em 2013. Por meio da minha voz e do meu corpo eu fomento o olhar imaginativo do meu público fazendo com que ele realmente tenha uma viagem lúdica, divertida e emocionante. E toda história sempre tem um grande aprendizado que conforme ele vai escutando e percebendo os sentimentos da personagem, que são semelhantes aos seus sentimentos, vai encontrando respostas para o seus desafios nesse mundo.O que a literatura de cordel significa para você e qual a importância de levá-la às escolas e bibliotecas?Representa, de forma afetiva e íntima, um contato com a minha origem materna. Tenho um espetáculo que se chama "Histórias que minha avó contava" onde homenageio a minha avó e outras ancestralidades paternas. Nesse repertório vou homenagear a minha ancestralidade materna, que eram da região norte e nordeste. A importância de levar esse repertório para as escolas e bibliotecas tem um valor imensurável. Por meio do cordel temos histórias, cantos, contos, receitas e etc. É o nosso patrimônio cultural e uma população que valoriza a sua cultura é uma população que cresce emocionalmente. Fazer com que o público tenha esse contato é realmente extraordinário.Poderia compartilhar uma lembrança especial sobre como sua avó Dolores influenciou e inspirou seu caminho na arte de contar histórias?Vixi, difícil escolher uma...kkkkk! Sabe que quanto mais eu cresço, mais eu vejo a importância que a minha avó Dolores tem na minha vida. Quando apresento é como se ela estivesse comigo em cada sorriso do público, cada olhar, cada canção que eu canto em cada história que eu apresento. Me veio uma quadra que ela ama quando canto para ela: "O gosto não tem princípio, às vezes, não tem de quê. Gosto de ti, porque gosto; Sem mesmo saber por quê".Cite uma lembrança marcante de alguma edição do Viagem Literária…Mulher, não me faz pergunta difícil...kkkkkkkkkkk!!! São tantas! Lembro do trator de Itapura que saí anunciando na cidade que iria ter o Viagem Literária. Lembro da emoção de ver minha família materna quando apresentei em Araçatuba. Lembro dos adolescentes de uma escola de Birigui que quando me viram, pareciam que estavam vendo a Xuxa, quando terminou a apresentação eu fui de ônibus com eles para a escola e comi a merenda...kkkkkkk! Lembro de Ana Rosa que para agradar toda a população fizemos mais de 14 apresentações...kkkkkkk Ao mesmo tempo o que eu nunca esqueço é do sorriso de cada criança em cada história de cada cidade que eu apresento, se divertindo, emocionado e dançando o limãozinho comigo.O que os públicos podem esperar das suas apresentações desta semana?O de sempre... Muita loucura, muita cantoria, adivinhas (pois só começo quando acertam), histórias divertidas e emocionantes, dança, mímica e o que mais tiver de cultura popular que eu trouxer lá na hora...kkkkk Esse é o projeto que mais amo apresentar!Acompanhe o roteiro de Ademir Apparício Júnior no Viagem Literária 2024.