Drika Nunes: aproximando o nordeste e o sudeste brasileiros com brincadeiras, rimas e alegria!
Entre versos, rimas e contações de histórias, Adriana de
Fátima Nunes Lima, a Drika Nunes, concluiu sua jornada na 16ª edição Viagem
Literária com a sensação de missão cumprida: o de fortalecer
os vínculos entre as culturas do nordeste e sudeste do Brasil, trazendo a
Literatura de Cordel, tema do programa de 2024, para o centro da programação
das bibliotecas públicas das cidades de Presidente Venceslau, Rosana e Narandiba, no interior paulista, entre os dias 20 e
22 de agosto.
O público participante da experiência viva das contações de histórias teve o privilégio de se conectar ainda mais com a cultura popular do país, por meio das rimas, das brincadeiras e da alegria, tudo pela voz de Drika. E a comunicóloga, atriz, contadora de histórias e mediadora de leitura, criadora da Cia. Hespérides, deu seu recado logo de cara nas suas apresentações pelo Viagem Literária: “Senta que lá vem história... conhece essa frase? Vamos lá!”
“Por que me assistir? Ô da lincença pra quem tá chegando,
que agora eu vou contar, tem história daqui e dalí, desde o sertão até a
capitar! Eita que vai ter medo, medinho e medão tudo em forma de cordel, bora
olhar pras nossas lendas do imaginário de outros tempos, aquelas todas de fazer
xixi na cama! Ainda vai ter interação, brincadeiras e histórias surpresas e
depois de tudo, tem é o desafio do cordel, quero ver a criançada toda se
desafiar, quem vai chegar?”
Um pouco mais de Drika Nunes
Acredite. A contadora de histórias confessa ter sido muito
tímida e insegura no passado. Antes de atuar
como professora de literatura viva no projeto Metamorfoses da ONG Casulo e como
professora especialista na arte de contar histórias pela Associação Crescer
Sempre, ela conta como foi a transição de professora de literatura viva para
atriz, contadora de histórias e mediadora de leitura, e como essas experiências
anteriores influenciam seu trabalho atual na Cia. Hespérides – que realiza
apresentações nacionais e internacionais em teatros, bibliotecas, praças,
centros culturais, escolas, livrarias, presídios e hospitais, para públicos de
todas as idades.
“O teatro chegou antes, nos tempos da universidade. Eu era
muito tímida e insegura e o momento de apresentar o TCC para mim era
desafiador, então, fui fazer teatro somente com esse intuito e digo que devia
ser obrigatório para qualquer pessoa. Foi terapêutico além de tudo, mas.... não
optei em seguir”, relembra a contadora. E tudo foi um sucesso: nota 10 no
trabalho, que leu rendeu 3 prêmios. Vida que segue.
A "contação de histórias" já havia entrado na vida
de Drika, quando cursava uma pós-graduação na arte de contar histórias e era
professora em uma universidade na Av. Paulista. À época, foi convidada para
trabalhar em sala de leitura na comunidade do Paraisópolis. “Meu coração bateu
forte, me tirou o sono; A família toda foi contra (naquele momento a comunidade
era bem perigosa)”. relembra. Mas ela abraçou a causa, pediu as contas e
atravessava a cidade literalmente de norte a sul, todos os dias da semana. Segundo
a contadora, o trabalho que mais lhe deu satisfação, amor, alegrias.
A partir disso contar histórias se tornou rotina. Aos finais
de semana se apresentava em livrarias (todas) Fnac, Cultura, da Vila, Saraiva,
Mega Store, em SP, Cotia e Campinas. Contava histórias 7 dias da semana e
claro, mediava leitura e criava tempo para os ensaios e criação de repertório
para as Hespérides.
“Tive a sorte de ter grandes vozes nacionais e
internacionais que me direcionaram a descobrir meu lugar no mundo, mas digo que
os meus grandes mestres foram: as livrarias, a comunidade e o contar em
hospitais; nenhum profissional-artista me ensinou tanto como o fazer; a prática
e me influencia até hoje e acredito que para sempre nesse lugar de aprendizado
eterno. (ao menos nessa vida). E foi assim, bem assim, que cheguei até aqui”, destacou a atriz.
Contando histórias para promover inclusão e transformação
social
Em 2023, Drika Nunes tornou-se patrona na Academia
Brasileira de Contadores de Histórias. Destacando essa posição na promoção da
arte da narrativa oral no Brasil, ela acredita na importância desse papel
social de levar as histórias a todos os cantos dentro e fora do país. “Carrego
um nome, que é o meu, mas carrego um país quando estou fora, e em cada lugar,
levo comigo a ABCH onde me responsabilizo pelas palavras que brotam no mundo,
porque são as minhas palavras, mesmo que elas tenham vindo de livros ou de
outras bocas, ainda assim, são minhas, comenta. Vale lembrar que Drika Nunes também eecebeu o
Troféu Baobá, considerado o mais importante dos contadores de histórias do
Brasil e meembro da Red Internacional de Cuentacuentos.
Citando um ditado Etíope "Quando o coração da gente transborda, ele sai pela boca em forma de histórias", Drika diz que toda boa história começa com o silêncio, observação e verdade. “Faz parte do meu trabalho, criar laço ou minimamente conexão e para isso, há que se ter escuta, que é muito mais que ouvir. "É uma capacidade que nem tod@s tem e, nessa escuta, entrego o meu melhor para aquele momento. De coração a coração!”
Imagem: Drika Nunes em apresentação na cidade de ROsana (Viagem Literária 2024).
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