A poesia está em todo lugar
Há tempos a poesia têm inspirado e sensibilizado os leitores. Muito além de uma mera combinação de palavras, os poemas são uma forma de celebrar a beleza da linguagem por meio de seus inúmeros significados, proporcionando muitas vezes uma catarse emocional aos apaixonados pelo tema. Na seara dos grandes defensores do gênero literário está a escritora, poeta e tradutora Stephanie Borges, que participou da 15ª edição do programa Viagem Literária ministrando a oficina Ler e Escrever com as Poetas Brasileiras, de 4 a 7 de julho, nas bibliotecas das cidades de Itanhaém, Praia Grande, São Bernardo do Campo e Diadema.
A matéria-prima de seus encontros virtuais foram os poemas de escritoras brasileiras publicados nos últimos três anos. Mulheres talentosas que têm trazido novas perspectivas, temáticas e estilos à cena literária, consolidando-se como vozes relevantes da cultura brasileira. “O objetivo da oficina foi desconstruir a ideia de que a poesia é algo distante, inacessível e difícil de entender. Hoje, temos uma poesia que dialoga perfeitamente com assuntos que fazem parte do nosso cotidiano e são tão prazerosas de ler quanto qualquer romance”, comenta a escritora.
A partir da apresentação de trechos de músicas, notícias de jornal, poemas, memes e imagens, Stephanie convidou os participantes a soltarem a imaginação para colocar as inspirações no papel. “A ideia é usar uma linguagem comum e simples pra gente entender que se treinarmos o olhar e a nossa capacidade de observação é possível alcançar uma linguagem poética voltada para as coisas que nos são caras, os nossos espantos, os nossos encantamentos, dando vida ao texto poético.”
Um elenco de peso fez parte do referencial bibliográfico da oficina, como Tatiana Pequeno, com Tocar o terror, uma obra que mostra as situações vividas no Brasil nos últimos anos, como precarização do trabalho, dificuldades de vida, sonhos difíceis, amizades e esperança. Adelaide Ivánova veio com Chifre, um livro sobre poemas de amor num mundo difícil. A catarinense Angélica Freitas foi representada por Canções de atormentar, com sua escrita irreverente sobre o que é ser mulher no Brasil nos dias de hoje. A poesia de observação de Ana Estaregui esteve presente com o Dança para cavalos. Já os jogos de linguagem foram o destaque da obra de Ana Martins Marques, com Risque esta palavra. Por fim, Nina Rizzi trouxe a mistura de caderno de receita, diário e poesia no seu Caderno Goiabada. “Essas obras estão muito próximas da ideia de que a poesia está em todo lugar, basta a gente prestar atenção”, destaca Stephanie.
Stephanie Borges é autora de Talvez precisemos de um nome para isso, ganhador do Prêmio Cepe Nacional de Literatura, na categoria poesia. Tem poemas publicados nas revistas Peixe-boi e Olympio, e nas antologias As 29 poetas hoje, organizada por Heloisa Buarque de Hollanda, e Poesia hoje: negra, organizada por Ricardo Aleixo.
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