Manifesto da Biblioteca Pública e a educação continuada: a força da biblioteca viva - Biblioteca Viva
 

O evento aconteceu de

26 a 30 de junho de 2023

on-line no canal do
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do SisEB.


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Manifesto da Biblioteca Pública e a educação continuada: a força da biblioteca viva

A definição, missão, função e características das bibliotecas públicas expressas no Manifesto da Biblioteca Pública IFLA-UNESCO estão voltadas a atender às necessidades dos cidadãos. Entre os fundamentos trazidos pelo documento consta que “o público confia na sua biblioteca e, em troca, a biblioteca, proativamente, almeja manter sempre sua comunidade informada e conscientizada”. E o que a formação dos profissionais tem a ver com isso?

Na tarde de terça-feira, dia 27 de junho, o Seminário Biblioteca Viva destacou a importância da educação continuada para os bibliotecários, gestores e para equipes que atuam em bibliotecas públicas, uma vez que a capacitação desses profissionais influencia o cumprimento das missões desses equipamentos culturais, seu papel social, cultural, educacional e informacional.

Com a proposta de discutir sobre as equipes das bibliotecas públicas, que tipo de formação essas pessoas precisam ter para que as bibliotecas possam avançar em direção a esse farol trazido pelo Manifesto, a atual responsável pelo Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de Minas Gerais, Cleide Fernandes, que desde 2006 desenvolve projetos de incentivo à leitura para crianças, jovens, pessoas com deficiência e comunidades socioeconomicamente vulneráveis, recebeu o diretor executivo da SP Leituras, Pierre André Ruprecht, anfitrião da 14ª edição do Seminário. O bate-papo inspirador aconteceu com a museóloga Daniele Torres, sócia do Cultura e Mercado e diretora do Instituto AES, acumulando um vasto currículo como produtora e gestora de espaços culturais e de organizações sociais. 

Para início de conversa

Para além das definições, Pierre André Ruprecht destacou, à luz do Manifesto (“um documento belíssimo"), os compromissos da biblioteca pública com os princípios democráticos, com a cidadania e com o conhecimento - premissas que estão acima de qualquer padrão preestabelecido, segundo ele. “A biblioteca se torna cada vez mais uma espécie de sala de estar da cidade, sendo um dos poucos lugares em que tudo é gratuito, que oferece serviços inusitados e uma programação rica e interessante. Ao mesmo tempo, também propicia silêncio para quem precisa, com espaços múltiplos. Este é um valor inestimável!", observou o diretor executivo da SP Leituras.

Pierre André Ruprecht: "O compromisso da biblioteca pública é com a cidadania em toda a sua diversidade: gênero, raça, profissão, renda e idade."


Do silêncio ao barulho produzido pelos encontros de diferentes tribos e culturas: a biblioteca diz respeito a uma diversidade de coisas. Promover esta diversidade, na visão de Ruprecht, é parte da sua missão desses equipamentos culturais. “É aí que entra o profissional sobre o qual estamos falando e a importância da educação continuada na gestão e nas equipes atuantes em bibliotecas públicas. Para o diretor, o que define a natureza de qualquer pessoa que trabalha na biblioteca pública é habilidade da mediação, numa acepção ampla, no sentido de colocar pessoas e recursos em contato.

"A biblioteca pública é um ambiente multifuncional que presta serviços à comunidade onde está inserida. A capacitação das equipes se traduz em qualidade de serviços oferecidos à população. Nesse sentido, multidisciplinaridade e a construção de parcerias institucionais são o segredo do sucesso de qualquer projeto de biblioteca pública", enfatizou o diretor. 

A biblioteca pública é uma responsabilidade de todos

E por falar em recursos humanos e financeiros, para Daniele Torres - fã da dos livros e da literatura e que traz na bagagem muitas experiências com a implantação de bibliotecas comunitárias - olhar para esses equipamentos como algo que merece receber estes recursos é entender que a cultura é uma prioridade. É importante que a sociedade como um todo invista nas bibliotecas, desde o poder público, setor privado, terceiro setor, organizações internacionais até pessoas físicas e equipes. Isso também exige do profissional que está na biblioteca um conhecimento multidisciplinar, o que demanda estudo, tempo e dedicação. Para ela, a formação continuada dos bibliotecários e gestores também deve tratar muito da questão de captação de recursos.  

Daniela analisou as oportunidades diante dos desafios com as políticas públicas, recursos humanos e financeiros enfrentados pelas instituições que abrigam o campo do conhecimento, como bibliotecas e museus. “Estamos em um momento de muitas oportunidades. A oferta de formações e qualificações são inúmeras e se cada um puder dedicar-se a autoformação continuada seria o ideal. Quanto ao aspecto de recursos financeiro, Daniela dá a letra: “muitos recursos públicos estarão disponíveis neste ano e as bibliotecas públicas precisam estar atentas para chegarem até eles”.   

Ruprecht aproveita para destacar a atuação do SisEB, em seus 40 anos de existência, que oferece uma vastíssima programação presencial e virtual de capacitação, com inúmeras ferramentas disponíveis. “Está mais do que claro que formação continuada é imprescindível, não dá para abrir mão”, diz o diretor, acrescentando: "o próprio Seminário Biblioteca Viva é mais do que ação de capacitação: é um ponto de encontro para quebrarmos a solidão. O bibliotecário não precisa se sentir só!

E para fechar a mesa, Cleide Ferandes deixa uma mensagem pra lá de positiva: Quer fazer uma biblioteca melhor? Nas bibliotecas públicas ninguém solta a mão de ninguém. Estamos juntos para que nossas bibliotecas sejam espaço vivos para todas as pessoas!

Assista a gravação do encontro na íntegra no canal no YouTube do SisEB.

O 14º Seminário Internacional Biblioteca Viva acontece de forma 100% on-line.

A participação é gratuita e todas as atividades têm tradução simultânea em português e Libras.

Confira a programação completa: https://bibliotecaviva.org.br/.