Alfabetização digital para os ODS nas bibliotecas de Joanesburgo: experiências que mudam vidas - Biblioteca Viva
 

O evento aconteceu de

26 a 30 de junho de 2023

on-line no canal do
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do SisEB.


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Alfabetização digital para os ODS nas bibliotecas de Joanesburgo: experiências que mudam vidas

As experiências das bibliotecas de Joanesburgo (maior cidade da África do Sul) foram o ponto de partida para a discussão sobre formas de apoiar o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável pautados pela ONU. Os ODS´s têm aspectos relacionados às bibliotecas em seus territórios e comunidades e marcam a atuação de muitas bibliotecas brasileiras com foco na Agenda 2030. Como as bibliotecas ajudam nessa missão, promovendo a educação de qualidade e sustentando diretamente a aprendizagem e compartilhamento de conhecimento?  

A coordenadora do curso de Biblioteconomia e Ciência da Informação da FESPSP, Valéria Valls, também curadora do Seminário Internacional Biblioteca Viva, recebeu, no dia 30 de junho, o gerente de e-learning das Bibliotecas e Serviços de Informação de Joanesburgo, Jeff Nyoka, membro da comissão da Unesco para Comunicação e informação para a África do Sul, para uma conversa sobre a jornada da transformação digital nas bibliotecas sul-africanas e como as tecnologias envolvidas nestas mudanças  ajudam a chegar no desenvolvimento sustentável.

Nesse contexto, a mesa “Transformação e alfabetização digital para os ODS: o caso das bibliotecas de Joanesburgo” abordou questões de como colocar em prática um plano de ação que contempla pontos importantes do Manifesto da Biblioteca Pública IFLA-UNESCO, vinculados às bibliotecas físicas e digitais, tais como: as bibliotecas como espaços de promoção e apoio a atividades e programas de alfabetização e habilidades de leitura midiática e como ambientes que ofertam serviços  presenciais e remotos para democratizar o acesso ao acervo e programação cultural, física e digital, além das temas relacionados a direitos autorais e propriedade intelectual no cenário de produção e disseminação de conhecimento.

As bibliotecas públicas de Joanesburgo, África do Sul, são centros de educação, dando aos residentes acesso a livros, revistas e materiais audiovisuais. Além do empréstimo de material, as bibliotecas do município oferecem diversos outros serviços como alfabetização, atividades para diversas faixas etárias, como palestras e exposições, contação de histórias, apoio à sala de aula e propostas de convívio para população local.

O objetivo das bibliotecas e serviços de informação é proporcionar acesso para que seja promovida uma cultura de leitura e aprendizagem. A alfabetização é algo que tem um efeito positivo em toda a sociedade sul-africana e foi identificada como sendo de particular importância. A África do Sul possui hoje cerca de 61 milhões de cidadãos, e está dividida em nove províncias e conta, no total, com 1870 bibliotecas. Joanesburgo, uma cidade multicultural e diversa, com cerca de 6 milhões de habitantes, localiza-se na província de Gauteng e possui 88 bibliotecas.

“Estamos alinhados com as definições do Manifesto, trabalhando formas de como as bibliotecas podem inserir as tecnologias em suas atividades e colocando as informações disponíveis para as pessoas", destacou Nyoka. Para ele, as bibliotecas públicas, como centro de informação, devem existir no mundo digital e dar suporte e estimular a cidadania inteligente.

“Nossos serviços estão aliados com as práticas de "smart cities”, disse o gerente. A cidade de Joanesburgo expande este conceito a diversos departamentos e serviços alinhados ao crescimento e desenvolvimento. Aprendizado a longo prazo é uma proposta recorrente e é chave porque cobre uma diversidade de serviços apresentados pelas bibliotecas e serviços de informação à cidade.

Segundo Nyoca, o processo de transformação digital significa o oferecimento de serviços híbridos, que incluem o acesso à informação, conhecimento, aprendizado, atividades recreacionais e suportes educacionais para todos os públicos. Em suma, serviços que permitem ao cidadão se conectar e fazer parte do ecossistema digital. “Isso este conceito de transforamção digital como prioritário, uma vez que a tecnologia dá suporte aos outros tipos de alfabetização: informacional, midiática, básica, tradicional e outras. Utilizar a tecnologia apoia outros tipos de desenvolvimento intelectual”, concluiu. 

A transformação digital em bibliotecas é um conceito novo no ambiente bibliotecário e os principais desafios levam a questionamentos inevitáveis: como estamos introduzindo as novas tecnologias de modo a adicionar valor às comunidades? O que você faz, com o pouco que tem, para mudar vidas e sustentar serviços relevantes para a comunidade? Por fim, como a transformação digital nas bibliotecas podem mudar a vida das pessoas?

A experiência das bibliotecas de Joanesburgo, segundo Valéria Valls, está muito próxima à realidade do Brasil e pode inspirar bibliotecas brasileiras. Para ela, o acesso à informação e ao conhecimento é um direito fundamental. E a biblioteca, em especial a pública, tem um papel muito relevante nesse contexto.

“Somos um polo de conhecimento do território, dando voz às comunidades por meio do acesso qualificado à informação”, disse Valéria. Para a professora, a transformação digital na bibliotecas muda vidas, trazendo uma reflexão sobre o Manifesto e a importância da biblioteca no mundo pós-pandemia. “Não é trazer o mundo para a biblioteca, é dar voz à comunidade para o mundo”, destacou.

Para saber mais sobre este tema, confira a live na íntegra no canal do Youtube do SisEB.

O 14º Seminário Internacional Biblioteca Viva aconteceu de forma 100% on-line. Todas as atividades estão gravadas e têm tradução simultânea em português e Libras.

Veja a programação completa: https://bibliotecaviva.org.br/.