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14º Seminário Internacional Biblioteca Viva: experiências vivas e pulsantes em torno do Manifesto da Biblioteca Pública IFLA-UNESCO
A Secretaria da Cultura, Economia e
Indústria Criativas do Estado de São Paulo, o Sistema Estadual de Bibliotecas
Públicas de São Paulo (SisEB) e a SP Leituras - Associação Paulista de
Bibliotecas e Leitura celebram o sucesso da 14ª edição Seminário Internacional
Biblioteca Viva, que aconteceu no formato on-line entre 26 e 30 de junho de
2023, com o tema “Manifesto da Biblioteca Pública IFLA-UNESCO 2022”.
O encontro registra um momento
histórico, deixando um legado ativo de experiências vivas e pulsantes em torno
deste documento, uma declaração de crença nas bibliotecas públicas
contemporâneas, destacando a força desses espaços na promoção da cultura e dos
conhecimentos, eixos fundamentais para o exercício dos direitos humanos e de um
papel ativo de cidadãs e cidadãos na vida social.
Em 2023, o evento reuniu 1893
participantes de todo o Brasil, de 217 municípios, abrangendo 24 estados e
Distrito Federal, com 6.411 visualizações no canal do Youtube do SisEB, contando
com 34 convidados de cinco países - Brasil, África do Sul, Holanda, Portugal e
Ucrânia. Diálogos envolvendo experiências de especialistas, professores,
profissionais do livro e da leitura transcenderam reflexões sobre os desafios
da atualidade, fomentando a troca de ideias criativas e inovadoras para
fortalecer as bibliotecas brasileiras.
Muito se falou, durante as mesas,
sessão de pôsteres e painéis, à luz do Manifesto, sobre a construção do futuro,
valores e missões, participação e o protagonismo das bibliotecas públicas na
sociedade, temas para ‘colocar a lenha na fogueira!’. O Seminário é um dos mais
importantes eventos da área em toda a América Latina e uma das principais
iniciativas no campo da biblioteca pública, criado para inspirar, fortalecer e
transformar as mais de 500 bibliotecas públicas existentes no território
paulista em centros de referência cultural abertos a toda comunidade.
“Estamos todos muito felizes e nos
sentimos desafiados com este Seminário. Redes tem de expressar um projeto de
serviços comum. É em torno do que é a biblioteca pública que discutimos a ideia
de biblioteca viva”, declarou o diretor executivo da SP Leituras, Pierre André
Ruprecht, ao comentar a relevância do evento para o setor.
O coordenador da Unidade de Difusão
Cultural, Bibliotecas e Leitura, Dennis Alexandre Rodrigues de Oliveira, em
nome da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São
Paulo, agradeceu a participação “necessária e importante” de todos os
profissionais presentes no encontro, além da parceria com a SP Leituras que
torna possível realização do projeto.
Ele comentou sobre os desafios que
temos para o futuro, frente aos índices preocupantes sobre leitura em nosso
país. “Temos um campo e demandas para poder atender o público. Vivemos um
momento de transformação e a evolução para a Biblioteca Viva é essencial para
criar espaços atraentes de acesso ao conhecimento”, enfatizou Oliveira.
O Manifesto da
Biblioteca Pública IFLA-UNESCO em todas as suas vertentes
Desafios da
gestão pública
Partindo da lista de 11 missões
explicitadas no Manifesto, que ampliam e modernizam as missões da versão
anterior, o debate “Democracia cultural e desenvolvimento sustentável”, abriu a
14ª edição do Seminário, no dia 26 de junho, destacando a formulação de
propostas para as possíveis articulações entre cultura, diversidade e
desenvolvimento à luz do documento.
Afonso Borges, jornalista, escritor e
gestor cultural, criador do programa “Sempre um Papo” e vice-presidente do
Conselho da SP Leituras, conduziu um bate-papo com a secretária da Cultura e
Economia Criativa do Estado de São Paulo, Marília Marton, com a secretária
Municipal de Cultura de São Paulo, Aline Torres e com o secretário de Formação,
Livro e Leitura do Ministério da Cultura, Fabiano dos Santos Piúba. Marília
Marton, reforçou a ideia da cultura como elemento primordial para o
desenvolvimento humano: “Precisamos entender que a biblioteca é um espaço
público que deve ser consumido pelas pessoas”, disse a secretaria,
acrescentando: “A biblioteca socorre a vulnerabilidade, é um espaço essencial,
um dos primeiros lugares de contato do indivíduo com a leitura, por isso, o
cuidado para que os profissionais estejam preparados".
Presença
Internacional
Ucrânia, Holanda, Portugal e África do
Sul e Brasil. Cenários para refletir sobre a realidade brasileira. Na manhã do
dia 27 de junho, a bibliotecária ucraniana Maria Shubchyk, coordenadora de
Projetos de Promoção de Literatura e Tradução no Goethe-Institut Ucrânia,
apresentou o projeto “Ein Koffer voll mit Büchern: uma mala cheia de livros”,
uma iniciativa para oferecer livros ucranianos às famílias no exterior que
tiveram de deixar seu país por causa da guerra. Mais do que informações
técnicas sobre este emocionante projeto, Maria deu seu forte testemunhal, como
uma cidadã ucraniana que teve de deixar o país com a filha, em março de 2022,
em situação semelhante a de cerca de 5 milhões de pessoas que estão sendo
deslocadas dentro do próprio território e outras 8 milhões que deixaram suas
casas repentinamente - um dos maiores fluxos de refugiados da história. A mediação
ficou a cargo da pesquisadora, gestora cultural e consultora, Beth Ponte (Ponte
Cultura & Desenvolvimento).
No mesmo dia, Adriana Ferrari,
vice-presidente da FEBAB – Federação Brasileira de Associações de
Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições, com Stephen Wyber,
diretor de política e defesa da International Federation of Library
Associations and Institutions (IFLA). O tema advocacy não poderia deixar de ser
tratado com especial atenção durante o encontro deste ano. “o Seminário
Internacional Biblioteca Viva é um exemplo de advocacy, de militância!”,
concluiu Adriana.
Educação
Continuada
Ainda no dia 27, o Seminário
Biblioteca Viva destacou a importância da educação continuada para os
bibliotecários, gestores e para equipes que atuam em bibliotecas públicas, uma
vez que a capacitação desses profissionais influencia o cumprimento das missões
desses equipamentos culturais, seu papel social, cultural, educacional e
informacional. A atual responsável pelo Sistema Estadual de Bibliotecas
Públicas de Minas Gerais, Cleide Fernandes conduziu um bate-papo inspirador com
o diretor executivo da SP Leituras, Pierre André Ruprecht, e com a museóloga
Daniele Torres, sócia do Cultura e Mercado e diretora do Instituto AES,
acumulando um vasto currículo como produtora e gestora de espaços culturais e
de organizações sociais.
Novos paradigmas
para avaliação de ações culturais
A mesa redonda “Conversando Sobre -
Avaliação e monitoramento de ações culturais, do dia 29 de junho, trouxe reflexões
fundamentais sobre a complexidade dos processos de avaliação, escuta e
compreensão do público das bibliotecas na perspectiva do Manifesto da
Biblioteca Pública IFLA-UNESCO, com a apresentação de experiências inovadoras
relacionadas ao tema proposto pelo encontro.
Martina Rillo Otero, do Instituto Clima e Sociedade, a Coordenadora
Nacional da Rede de Bibliotecas Escolares de Portugal, Manuela Pargana Silva, e
diretora da Sonar Cultural Consultoria, doutora em Sociologia pela UNICAMP e
Especialista em Gestão e Políticas Culturais pelo Itaú Cultural, refletem sobre
a necessidade de se avançar em novos modelos de avaliação que permitam uma
maior percepção da sociedade em relação aos projetos das bibliotecas. Nesse
contexto, Dani Ribas destacou: “a habilidade do futuro é saber fazer as
perguntas e não ter as respostas”.
Bibliotecas,
leituras, literatura e... jornalismo
Já o encontro “Entre bibliotecas,
leituras e literaturas”, na tarde de quarta-feira, 28 de junho, teve a proposta
de levar ao público discussões que permeiam a experiência de três convidados
que trazem em sua trajetória muita coisa em comum: Adriana Negreiros, Joselia
Aguiar e Tiago Rogero são jornalistas e escritores. Com mediação do poeta,
ensaísta e advogado, Tarso de Melo, a pauta do dia foi quente: como se deu a
relação desses profissionais com os livros e com a literatura, a crítica ao
jornalismo atual - e a autocrítica feita pelos próprios jornalistas – novos
projetos, indicações de livros e leitura e, claro, relatos sobre o papel
determinante das bibliotecas públicas nas vidas de Adriana, Joselia e Tiago.
Transformação
Digital
A mesa “Transformação e alfabetização
digital para os ODS: o caso das bibliotecas de Joanesburgo”, no dia 30 de
junho, apresentou a jornada da transformação digital nas bibliotecas de
Joanesburgo, África do Sul, e como as tecnologias envolvidas nestas mudanças
ajudam a chegar no desenvolvimento sustentável, com uma conversa inspiradora
entre a coordenadora do curso de Biblioteconomia e Ciência da Informação da
FESPSP, Valéria Valls com o gerente de e-learning das Bibliotecas e serviços de
informação de Joanesburgo, Jeff Nyoka, membro da comissão da Unesco para
Comunicação e informação para a África do Sul. Uma inspiração para as
bibliotecas brasileiras!
BibliON: uma experiência
inclusiva e personalizada
E por falar em transformação
digital, a BibliON também marcou presença na programação do Seminário. Com o objetivo de aumentar o acesso à leitura, à
literatura, ao conhecimento e ao lazer da população do estado de São Paulo, em
2022 nasceu a BibliON, a maior e mais inovadora biblioteca pública digital do
Brasil.
O projeto é o primeiro caso de
sucesso da Odilo, patrocinadora do Seminário Biblioteca Viva, empresa espanhola
fundada há 10 anos, atuando com bibliotecas públicas, educação pública e
privada e com empresas. No Brasil há três anos, sua história se confunde com a
própria BibliON, cuja principal missão é levar conteúdo de qualidade às pessoas
e que seja acessível a todos
Frederico Faria, diretor da
Odilo, veio contar aos participantes do evento porque a BibliON é mais do
que somente uma biblioteca digital: trata-se ecossistema de conhecimento
ilimitado que revolucionou as bibliotecas digitais no Brasil, tema da sua
palestra do dia 29 de junho.
Sessão de
pôsteres e painéis: o momento mais esperado do Seminário Biblioteca Viva
Além de palestras e mesas-redondas, o
Seminário abre espaço para as bibliotecas e profissionais de todo país exporem
seus trabalhos nas modalidades de painéis e pôsteres digitais. Ao todo, são 12
projetos escolhidos que contemplam nove municípios de seis Estados brasileiros,
que abordam temas como mediação de leitura, acessibilidade e inclusão, terceira
idade, jovens leitores, programas de extensão, ações de sustentabilidade,
consumo consciente, entre outros. Os trabalhos podem ser conferidos na sessão
de pôsteres e na sessão de painéis no canal do Youtube do SisEB.
Todas as gravações das mesas do 14º
Seminário Internacional Biblioteca Viva estão disponíveis na íntegra no canal
do YouTube do SisEB. Aproveite para ver e rever!
Criatividade e entusiasmo
O diretor executivo da SP Leituras, Pierre André Ruprecht, agradeceu
a todos os envolvidos nesta edição: Conselho de Administração, Conselho
Curatorial, mediadores e todas as equipes envolvidas na realização do evento.
“O primeiro ponto importante do Seminário é podermos nos juntar e dizer: não
estamos sozinhos! O segundo, é o entusiasmo, porque quando as pessoas entram em
contato e começam a discutir seus projetos, os olhos começam a brilhar e o
entusiasmo sempre volta a estar presente. O terceiro ponto é, de fato, a troca
de informação e capacitação”, destaca o diretor.
Mensagem final
No caminho da mudança, você é nosso
personagem principal. Este é o primeiro passo para reciclar suas ideias. Juntos
alimentamos um amanhã melhor.
Agradecemos sua participação e já
estamos nos preparando para o próximo Seminário Biblioteca Viva!
Até breve!