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Especialistas iluminam debate sobre letramento e cidadania, no encerramento do 12º Seminário Internacional Biblioteca Viva

Um surpreendente caso da biblioteca virtual
da Colômbia, a atuação do Grupo de Trabalho de Competência em Informação
(CoInfo) da FEBAB na perspectiva da biblioteca viva e a importância das
práticas de serviços, acervos e programação cultural voltadas às experiências de
leitura.
Especialistas convidados para a mesa
de encerramento do 12º Seminário Internacional Biblioteca Viva “Letramentos
informacional, literário e digital: construção de sentidos e conhecimentos”, da
última sexta-feira, 6 de agosto, iluminaram o debate sobre o papel social e
educacional das bibliotecas para o desenvolvimento da cidadania e exercício do
direito à informação de qualidade.
A mediação foi de Valéria Valls,
coordenadora acadêmica e docente do curso de graduação em Biblioteconomia e
docente de pós-graduação da área de Ciência da Informação da Faculdade de
Biblioteconomia e Ciência da Informação da Fundação Escola de Sociologia e
Política de São Paulo, além de membro do Conselho de Administração da SP
Leituras.
Biblioteca virtual e humanização: centralidade
nas pessoas, não na ferramenta. Um exemplo latino-americano.
A vocação das bibliotecas virtuais como centros de recursos para aprendizagem e investigação é atualmente uma realidade. Com o crescimento do conjunto de serviços e plataformas digitais, a necessidade de aumentar as competências digitais dos bibliotecários e usuários por meio de programas estruturados e híbridos é uma prioridade, acredita Juan Pablo Angarita Bernal, consultor de cultura digital e inovação da Secretaria de Cultura, Lazer e Esportes de Bogotá, Colômbia, que compartilhou as experiências surpreendentes da Biblioteca Virtual do Banco de la República, na Colômbia. “É necessário que o usuário seja capaz de criar sua própria rota de investigação e pesquisa, é um direito do cidadão ao acesso à informação.”, observou o especialista colombiano.
Criada em 1997, a Biblioteca Virtual coloca
à disposição do público materiais, conteúdos e informações, principalmente
sobre a Colômbia ou os produtores colombianos, em diversas áreas do
conhecimento, que podem ser consultados na internet de qualquer lugar do país
ou o mundo. Hoje, o sistema bibliotecário em rede é acessado por mais de 10
milhões de usuários/ano naquele país,
por meio de um catálogo que unifica os serviços e materiais em diversos
formatos, organizados em coleções temáticas - livros, fotos, arquivos de som e
vídeo, páginas interativas, exposições online, projetos temáticos e materiais
educacionais.
‘Estou muito feliz em estar neste encontro,
pois a linguagem dos bibliotecários é uma só. Nossos países têm necessidades e
contextos parecidos, por isso, quero estabelecer pontes com os profissionais brasileiros
para compreender nossos problemas e criar um jeito latino-americano de pensar a
tecnologia, o trabalho e o papel das bibliotecas.”, concluiu Juan Pablo Angarita Bernal.
“A informação tira o sujeito da
passividade, quebra certezas! Nós, bibliotecários, devemos dar luz aos nossos
usuários.” (Camila Araújo
dos Santos)
Protagonismo do usuário e acesso à
informação de qualidade é um exercício de cidadania e emponderamento. Camila
Araújo dos Santos, coordenadora do Grupo de Trabalho de Competência em
Informação CoInfo - da FEBAB, destacou a atuação do GT na perspectiva da
biblioteca viva. A especialista ressaltou que é no diálogo das pessoas com a
informação, que se dá, na prática, o exercício da cidadania. “Sintonizar o usuário com relação ao seu
meio, despertar seu senso crítico, são exemplos de como as bibliotecas podem
emponderar os sujeitos, atribuindo sentidos e conhecimento por meio de
experiências. Esta prática reforça a função social e educativa do
bibliotecário.”, acrescentou a coordenadora do GT da FEBAB. “A informação tira o sujeito da passividade,
quebra certezas!”, disse Camila Araújo.
“Proporcionem experiências de leitura
aos usuários de suas bibliotecas!” (Rildo Cosson)
Rildo Cosson, pesquisador do Centro de
Alfabetização, Leitura e Escrita da Universidade Federal de Minas Gerais,
professor visitante do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade
Federal da Paraíba, em sua exposição, discorreu sobre o conceito de letramento literário e a experiência
de leitura. Para o professor, a literatura não é apenas uma forma de
autoconhecimento ou de conhecer o outro: “Proporcionem
experiências de leitura aos usuários de suas bibliotecas, nos seus mais
diversos formatos, mas sempre experiências!”, enfatizou o especialista.
Mensagem final
“Cada um de nós, como cidadãos, como bibliotecários e profissionais do livro, da literatura e da leitura, podemos ser a máscara que protege a sociedade contra as informações falsas; temos a missão de reverberar a informação de qualidade. E rumo a 13ª edição!” (Valéria Martin Valls, do Conselho Curatorial do 12º Seminário Internacional Biblioteca Viva)
Assista o encontro da íntegra pelo canal do YouTube do SisEB.
O seminário é parte integrante de um
conjunto de ações do SisEB, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa,
coordenadas pela Unidade de Difusão Cultural, Bibliotecas e Leitura,
gerenciadas e executadas pela SP Leituras. Com o apoio institucional da FEBAB,
FESPSP, Instituto Cultura Etc, Rede Beija-flor de Pequenas Bibliotecas Vivas de
Santo André, Piracaia na Cultura e Rede LEQT, a iniciativa resulta de parceria
com o Goethe-Institut São Paulo.