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Conversando sobre clubes de leitura: em meio à pandemia, iniciativas inovadoras fortalecem a reunião de diferentes pessoas, de diversos lugares, conectadas à literatura

A
migração dos clubes de leitura para os espaços virtuais hoje é uma realidade.
Discute-se, até, que o formato híbrido veio mesmo para ficar. A tecnologia não
tirou destes espaços o poder de socialização, troca de experiências, força
coletiva e inclusão de novos públicos na prática leitora. Ao contrário, os
clubes ganharam força no cenário de distanciamento social.
“Os clubes de leitura
estão aí para fortalecer a ideia de que a experiência da leitura não precisa
ser um confinamento!”, acredita a mediadora Amanda Leal de Oliveira (Piracaia na
Leitura / Instituto Cultura Etc), que abriu mais uma rodada da série
“Conversando Sobre: clubes de leitura”, nesta quinta-feira, 5 de agosto, na 12ª
edição do Seminário Internacional Biblioteca Viva.
Quantas autoras negras
você já leu?
Aumentar
o interesse pela literatura de autoras negras é o objetivo do clube de leitura
MNB, do coletivo Mulheres Negras na Biblioteca (MNBT), idealizado e organizado por profissionais de Biblioteconomia e Letras, que se
dedicam a promover atividades culturais para a formação e o aumento do público
leitor de autoras negras, estimulando a inclusão dessas obras nos acervos das
bibliotecas. Neste clube, o público é convidado a ler coletivamente um texto de
autoria negra-feminina. Em seguida, inicia-se uma troca de impressões a
respeito da obra.
“O importante é retirar
obstáculos para que as pessoas tenham contato com a narrativa.”, ressalta Carine Souza,
uma das fundadoras do coletivo. Para participar, não é preciso ter leitura prévia
dos textos, que são relativamente curtos (em geral contos), lidos em voz alta, com discussões realizadas
em linguagem coloquial, em encontros não sequenciais. Além disso, a interação
não é obrigatória - tanto no formato presencial como no virtual.
Um clube de leitura que
já nasceu digital
Um
clube de leitura de compartilhamento da literatura entre bibliotecários nasceu
em meio à pandemia, em formato digital. Charlene Lemos, do Clube de Leitura
Secreto dos Bibliotecários da Prefeitura Municipal de São Paulo, conta a
experiência do desenvolvimento do formato online para este clube que teve seu
início secretamente, como um laboratório para as profissionais de bibliotecas.
Hoje, pelo sucesso, não é mais tão secreto assim, com o número de participantes
aumentando cada vez mais. “É um espaço leve e colaborativo que se
tornou um exercício de escuta, com a vantagem do formato online, que reuniu um grupo
muito diverso.”, observa Charlene.
Inovação para atrair
públicos de várias faixas etárias
Os
Clubes de Leitura e Clubes do Audiolivro da Biblioteca de São Paulo (BSP) e da
Biblioteca Parque Villa-Lobos (BVL), geridas pela SP Leituras, são opções
gratuitas e online que têm atraído cada vez mais jovens e adultos para interagir
com o universo da literatura.
Para
fomentar o gosto pela leitura, gerar protagonismo dos participantes, incentivar
a fala e a escuta, promover a reflexão sobre comportamentos, construir
comunidades e afetos, além de estimular os empréstimos dos acervos das
bibliotecas, todos os meses um livro é selecionado para discussão de detalhes
da história com os leitores da obra, incentivando, assim, o encontro de
pessoas, o debate literário e o hábito da leitura. “Também propomos reflexões em torno da Agenda 2030, dos ODS - Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável.”, destaca o mediador da SP Leituras, Rodrigo
Oliveira.
E
novidades estão chegando por aí, anuncia Rodrigo. Os Clubes de Leitura da BSP E
BVL estudam novos formatos para atrair diferentes faixas etárias, como clube de leitura em rede, clubes
temáticos e outros suportes de
informação: artigos, games, HQ, entre outros.
Assista a palestra na íntegra pelo canal do YouTube do SisEB.