A arte dos pincéis - Viagem Literária

A arte dos pincéis

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Nem só de letrinhas vive a literatura. A oficina “Livros ilustrados e a arte dos pincéis” transformou poesia em desenhos nas mãos da ilustradora Lúcia Hiratsuka. Entre os dias 3 e 6 de outubro, a premiada artista passou pelas bibliotecas das cidades de Ilhabela, São Sebastião, Biritiba Mirim e Suzano, levando uma vivência artística baseada no uso de técnicas variadas com pincéis, tinta sumi (produzida a base de fuligem vegetal) e aquarela. “Meu objetivo foi sensibilizar o olhar dos participantes e fazer com que se conectem com a poesia do cotidiano, assim como despertar o interesse pela leitura de um livro ilustrado”, conta.

 

Entre as obras de sua autoria usadas como referência estão Chão de Peixes, com poesias do cotidiano inspiradas em haicais, Amanhã e O caminhão para falar do processo de criação de uma narrativa. “Os livros ilustrados são uma forma potente de contar uma história, ou expressar uma ideia poética ou lúdica. Podemos fazer uma leitura muito mais rica se conhecermos as várias linguagens que compõem esse objeto”, explica.  Para ela, a ilustração pode ampliar o sentido de uma frase, alterar ou até criar uma

narrativa paralela. “Há também o ritmo, as pausas no fluir das páginas e o não dito em palavras, algo alcançado apenas por meio da sensibilidade do leitor”, conclui.

 

Lúcia Hiratsuka é graduada pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Publicou diversos livros, entre eles Orie, vencedor do Prêmio Literário Biblioteca Nacional 2018, Chão de peixes, ganhador do Prêmio Jabuti 2019 na categoria ilustração, e A máquina de retrato, Hours Concours da Cátedra Unesco de Leitura PUC-Rio, em 2019.

 

 

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Módulo Oficinas de Escrita Criativa está de volta

Módulo Oficinas de Escrita Criativa está de volta

O módulo virtual Oficinas de Escrita Criativa inicia a segunda fase da sua jornada por 24 cidades do interior de São Paulo. Os eventos acontecem sempre em parceria entre as bibliotecas públicas e as prefeituras das cidades participantes e a proposta é estimular a formação de novos leitores e fortalecer os vínculos com a população local. A segunda fase acontece de 7 a 30 de novembro e vai agitar 36 bibliotecas do Estado de São Paulo com as ações culturais realizadas por nove escritores. As atividades visam aprimorar as habilidades literárias dos participantes, trocar ideias e proporcionar debates sobre a literatura brasileira contemporânea, eixo temático do evento.  Confira abaixo os participantes, as oficinas e o cronograma das atividades: Semana de 7 a 10 de novembro de 2023 Bruna BeberOficina: Hilst, Prado e Alves7.11.23 | Buritama • 14h 8.11.23 | Ubarana  • 14h9.11.23 | Birigui • 14h 10.11.23 | Avanhandava • 14h  Livros da Bruna Beber disponíveis na BibliON: https://biblion.odilo.us/results?query=author:%22Bruna%20Beber%22 Michel Yakini-ImanTema: Literatura e oralidade nas periferias de São Paulo7.11.23 | Limeira • 14h 8.11.23 | Piracicaba • 14h9.11.23 | Santa Bárbara D’Oeste • 14h 10.11.23 | Itatiba • 14h Plínio CamilloTema: Em contos: foco no conto curto7.11.23 | Garça • 14h 8.11.23 | Bauru • 14h9.11.23 | Lençois Paulista • 14h 10.11.23 | Botucatu • 14h  Reginaldo Pujol FilhoTema: Experimentação literária7.11.23 | Taubaté • 14h 8.11.23 | São José dos Campos  • 14h9.11.23 | Jacareí • 14h 10.11.23 | Guararema • 14h  Livros de Reginaldo Pujol Filho disponíveis na BibliON:https://biblion.odilo.us/results?query=author:%22Reginaldo%20Pujol%20Filho%22 Roberto Ferreira Tema: Dando corda ao cordel: oficina de criação literária7.11.23 | Votuporanga • 14h 8.11.23 | São José do Rio Preto • 14h9.11.23 | Tabapuã • 14h 10.11.23 | Catanduva • 14h  SacolinhaTema: Crônica: a prima pobre que virou a prima rica da literatura brasileira7.11.23 | Barretos • 14h 8.11.23 | Paraíso • 14h9.11.23 | Jaboticabal • 14h 10.11.23 | Ribeirão Preto • 14h  Semana de 21 a 24 de novembro de 2023 IlustraluTema: Desenhos que contam histórias21.11.23 | Valparaíso • 14h 22.11.23 | Dracena • 14h23.11.23 | Pacaembu • 14h 24.11.23 | Adamantina • 14h Semana de 27 a 30 de novembro de 2023 Edson KrenakTema: escrever com as árvores: Literatura, Escrita Criativa e Meio Ambiente27.11.23 | Pardinho • 14h 28.11.23 | Itapetininga • 14h29.11.23 | Sorocaba • 14h 30.11.23 | Alumínio • 14h Neide AlmeidaTema: Escrita criativa27.11.23 | Jundiaí • 14h 28.11.23 | Várzea Paulista • 14h29.11.23 | Pirapora do Bom Jesus • 14h 30.11.23 | São Paulo • 14h  
Jogo de palavras

Jogo de palavras

Imaginação e leveza textual não faltam nas obras de Sérgio Rodrigues. Foi exatamente esse olhar, cheio de criatividade, ginga e malícia, que o escritor levou para a oficina “A escrita, o jogo e o tempo”, nas bibliotecas das cidades de Franca, Batatais, Jardinópolis e Sertãozinho, entre 17 e 20 de outubro. A proposta dos encontros foi pensar a criação literária como um jogo. “É um espaço com lógica interna rigorosa, mas com regras que cabe a cada pessoa determinar por si mesma, com total liberdade, ao escrever. No entanto, uma vez fixadas essas regras, elas precisam ser seguidas até o fim. Nesse jogo, um dos pilares é a criação de um tempo interno próprio para cada narrativa”, descreve o autor. A dinâmica consistiu em apresentação e debate de ideias, na primeira metade da aula, e exercício textual proposto a todos os participantes, com leitura e discussão posterior. Diversas obras foram citadas ao longo da oficina, com destaque para o romance O drible, do próprio autor, e o livro de ensaios Formas breves, do crítico argentino Ricardo Piglia. Como dica aos escritores iniciantes, Sérgio recomenda ler, ler e ler. “Depois escrever, cortar, reescrever e continuar fazendo isso: nunca desistir. A diferença entre o fracasso e o sucesso nas letras tem diversos fatores, inclusive a sorte, mas o mais importante deles é sem dúvida nenhuma a persistência”, ensina. Sérgio Rodrigues é escritor, jornalista e roteirista de TV. Já lançou 11 livros, entre ficção e não ficção, com destaque para os romances O drible, Prêmio Portugal Telecom 2013 (atual Oceanos), e a Vida futura.  
Tire os monstros para dançar

Tire os monstros para dançar

Monique Malcher não tem medo de cutucar seus monstros e a literatura foi uma forma de colocar todos eles para correr. Agora utiliza as fragilidades da vida pessoal como mote de suas oficinas de escrita criativa, como a “Monstruosidades e fraturas na infância”, ministrada pelo programa Viagem Literária nas bibliotecas das cidades de Barretos, Paraíso, Jaboticabal e Ribeirão Preto, de 17 a 20 de outubro. Os encontros proporcionaram aos participantes verdadeiros momentos de reflexão. “Eu já falei bastante sobre a monstruosidade em si, mas como gosto de escrever histórias com personagens infantis, achei legal juntar os dois temas e trazer para discussão as fraturas afetivas dessa fase”, comenta Monique. Para ajudar no processo criativo, a escritora usou como referência obras de mulheres latino-americanas, como as crônicas Como eu gostaria de ter perdido um olho, de Paloma Franca Amorim e o Rinha de Galos, de Maria Fernanda Ampuero, além de Flor de gume, da própria autora, vencedor do Prêmio Jabuti de 2021, na categoria contos. Apaixonada por entender a mente e o comportamento humano, Monique acredita que a infância é um momento repleto de questionamentos sobre a vida adulta. “Só que quando chega a vida adulta é lá na infância que buscamos as nossas perdas, os nossos caos. Me incomoda muito que esses personagens violentos que a gente constrói nessa fase sejam nomeados como monstros.  Será que a monstruosidade não está naquele corpo que a sociedade quer que se adeque? São questões como essa que foram debatidas ao longo das oficinas”, finaliza a escritora. Monique Malcher é escritora e ganhadora do Prêmio Jabuti 2021 na categoria Contos. É também artista plástica, antropóloga e doutoranda com pesquisa voltada ao gênero, literatura e quadrinhos.