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‘Posso levar o livro para casa?’ Para o Tricotando Palavras, ouvir esta pergunta após a contação é a medida do sucesso!
Thiago CapelaA turma do Tricotando Palavras adora tricotar. Com palavras. Entrelaça a música, a nossa grandiosa cultura tradicional brasileira, repleta de ritmos, costumes, aromas e cores, o teatro com toda sua expressividade e emoção, e muitas, mas muitas palavras. É uma mistura de fios que se uniram com o objetivo de chegar a um só lugar: o coração das pessoas.
Na semana de estreia da 14ª edição do programa Viagem Literária (8 a 11 de agosto), o grupo de contadores de história vem percorrer um espaço do jogo, da interação e da palavra, presentes nas brincadeiras de rua, nos quintais, nos causos e conversas em ambientes culturais de convívio doméstico e social que privilegiam a transmissão e troca de saberes.
Com a trupe em movimento pelas cidades de Franca, Brodowski, Sertãozinho
e Ribeirão Preto, as palavras
pulam do papel, ganham vida, se emaranharam, e o tricô só vai aumentando,
passando por pontos e curvas, ganhando cores e texturas, desenhos e formas e aquecendo
o coração de muitas crianças, jovens e adultos.
A atriz, apresentadora, locutora,
contadora de histórias e professora de teatro, Ana Paula Gonçalves (Aninha), fundadora
da companhia, retoma o pensamento do importante filósofo e padre italiano da Idade Média, São Tomás de Aquino,
sobre a recriação, ou seja, o brincar e o jogo como caminhos para o restabelecimento
das forças da alma.
“E não temos dúvida disso”,
completa Aninha: “Quando entramos na brincadeira saímos com nosso espírito
fortalecido, renovado e a nossa energia muda completamente. Além disso, ao
brincar, podemos aprender muito sobre a vida, ultrapassando os desafios que vão
aparecer ali, no jogo, na convivência e na socialização.
E quem é que não
gosta de escutar uma boa história, e ainda brincar? Uma história proporciona um
estado de encantamento, de parada no tempo, quando é possível estabelecer um
olhar para dentro nós mesmos, possibilitando a superação de desafios,
obstáculos e, ainda, o conhecimento de outras culturas, lugares e costumes.
E é justamente do desejo
de se retomar novamente aquele momento mágico da contação que emerge o
despertar para a leitura. “Quando terminamos uma história e ouvimos uma criança
dizer: ‘Posso levar o livro para casa?”, sabemos que atingimos nosso
objetivo”, diz Ana Paula Gonçalves.
Difundindo lendas,
mitos, fábulas e outras formas de expressões literárias e artísticas autênticas
da cultura brasileira, a companhia contribui em suas pesquisas para a
preservação do rico patrimônio cultural brasileiro, por meio de fábulas
indígenas e contos brasileiros, incentivando o desenvolvimento e a sustentação
de uma cultura de paz.