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Mandingueiras da Pracinha: ‘histórias não são estáticas, sempre continuam...’
Priscila BealMandingueiras da Pracinha
uniu duas angoleiras e arte-educadoras apaixonadas pela arte e pelo gingar dos
corpos. A dupla Camila Signorini e Paula Castro bebe na fonte das literaturas
oral e escrita, da Capoeira Angola e da cultura popular brasileira para
brincar, jogar e contar histórias com o público de todas as idades nos
municípios de Itatiba, Jundiaí, Santana de Parnaíba, Itapevi e São Paulo
(Biblioteca Parque Villa-Lobos), durante a 14ª edição do Viagem Literária.
Paula Castro é
bibliotecária e sempre foi uma admiradora da capoeira. Se juntou a um grupo
para vivenciar toda a energia da roda. Desde então, tem se aprofundado nos
estudos dessa manifestação, suas origens e história, somando à sua experiência
também com os livros. Camila Signorini é professora e contadora de histórias e,
também, buscou elementos da capoeira para desenvolver seu trabalho com a
oralidade na perspectiva da cultura popular e afro-brasileira.
Deu no que deu. Desde 2017,
o dueto atua pelo Brasil afora, trazendo todo mundo para a roda por meio de
narrações de histórias, brincadeiras populares cantadas, musicalidade,
vivências e oficinas em bibliotecas, escolas, eventos, festivais, mostras e
espaços culturais.
É nesta interação com o
público que aparecem os fatos mais curiosos e inusitados que fazem valer a
potência da narração e da musicalidade na transformação de qualquer gênero da
literatura em histórias vivas e dinâmicas.
Certa ocasião, conta a
dupla, ao final da contação de O Macaco e o Rabo, uma menina levantou-se e
disse: ‘mas esta história tem de continuar!’. Para as Mandingueiras da
Pracinha, este foi muito marcante e simbólico, prova de que as histórias, a
literatura e a própria vida não são estáticas. “É preciso sempre recriar e
recriar...”, dizem.