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As bibliotecas como espaços de inclusão digital
Como as
bibliotecas podem promover a inclusão digital? O Minicurso
Inclusão digital e serviços de bibliotecas, realizado na
tarde do dia 7 de julho, na Biblioteca de São Paulo, propôs um amplo diálogo para
tentar responder a esta pergunta, oferecendo um repertório relevante aos
participantes ao apresentar cenários e alternativas para atuação das bibliotecas
no contexto digital. O debate fechou as atividades da edição deste ano do
Seminário Biblioteca Viva.
Com mediação de Angelita
Garcia (GT Relações Étnico-raciais e Decolonialidades-FEBAB), o curso foi
ministrado pela moçambicana Delfina Lázaro Mateus, Mestre em bibliotecas e serviços de informação digital e
Doutoranda em Arquivos, Bibliotecas e Documentação no Entrono Digital na
Universidad Carlos III de Madrid.
“Só haverá inclusão digital se antes tivermos
a inclusão social.”
(Delfina Lázaro Mateus)
Na primeira parte do
encontro, Delfina apresentou os conceitos contemporâneos de inclusão para
contextualizar os caminhos possíveis a serem percorridos pelas bibliotecas para
a promoção da inclusão digital. Ela destacou que é preciso ter em mente, acima
de tudo, que a inclusão social, compreendida de uma maneira mais ampla, é uma
questão anterior e premente a ser abordada na perspectiva de atuação das
bibliotecas.
A professora
apontou a importância de se atentar para os diversos fatores que provocam a exclusão,
definida, principalmente, pela falta de
oportunidade de participação efetiva das pessoas mais vulneráveis aos processos
da sociedade. Para Delfina, a inclusão pensada em
suas diversas dimensões – tanto econômica, política,
social, cultural, de gênero e outras - é, o que de fato, permite o acesso de diferentes
grupos sociais à cultura e educação.
Na segunda parte do
minicurso, Delfina demonstrou com exemplos práticos como processos de
inclusão digital podem acontecer nas bibliotecas. Segundo a
especialista, o desenvolvimento e oferecimento de serviços voltados ao
letramento informacional e digital aos usuários são essenciais para a inclusão digital. “Estas ações também devem ser voltadas fortemente aos
bibliotecários”, conclui a professora.
Delfina, que também
é coordenadora do projeto intitulado “Alfabetização digital de mulheres em
Moçambique”, apresentou referências mundiais inspiradoras de projetos de inclusão
digital, incluindo o caso da própria Biblioteca de São Paulo. Na ocasião, o público
também teve a oportunidade de trazer e compartilhar as experiências brasileiras com
todos os presentes no auditório da BSP, que reuniu profissionais, estudantes e
interessados no tema.
Foto: Equipe SP Leituras / professora Delfina Lázaro Mateus