Acesso equitativo à informação - Biblioteca Viva
 

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Acesso equitativo à informação

Um dos maiores desafios das bibliotecas na atualidade é fornecer acesso igualitário à população. Para debater o tema e apresentar algumas experiências reais, o Seminário Internacional Biblioteca Viva, realizou o minicurso Acesso equitativo à informação por meio de produtos e serviços digitais, no dia 7 de julho, na Biblioteca Parque Villa-Lobos, ministrado pela chefe do Serviço Nacional de Bibliotecas do Quênia, Sarah Ogembo, com mediação do bibliotecário, consultor e professor universitário Gonzalo Oyarzún.

 

A primeira dica de Sarah para os participantes é não esperar um cenário perfeito para a implantação dos produtos e serviços digitais porque sempre vão existir obstáculos a serem superados. “O mundo digital é uma realidade, então precisamos aprender a conviver com isso. Se não existe a solução ideal, vamos pensar em caminhos possíveis”, observa. Entre os itens de sucesso das bibliotecas do Quênia destaca a aquisição de dispositivos eletrônicos portáteis com mais 200 livros instalados. "Levamos os celulares e os tabletes para favela ou para as prisões, oferecendo às pessoas uma experiência com a tecnologia que elas nunca tiveram, atitude que abre portas especialmente para os jovens leitores que gostam de produtos digitais.”

 

Outro ponto é entender as necessidades dos próprios frequentadores, perguntando o que eles precisam ou gostariam de ter em termos de acesso nas bibliotecas. Também apontou a importância dos profissionais da área terem a mente aberta e estarem dispostos a aprender, inclusive com as crianças e os jovens, como utilizar de forma eficiente e atrativa esses dispositivos.

 

Gonzalo Oyarzún complementou o assunto reforçando que a biblioteca deve extrapolar o espaço das suas paredes e atuar não só no fomento à leitura, mas oferecer serviços relevantes para a comunidade, como auxílio na busca por emprego e melhora na qualidade de vida e condições econômicas. Como exemplo, citou um treinamento sobre como criar um e-mail por projeção, já que a biblioteca não tinha equipamentos suficientes para atender a todos os interessados. “A solução foi excelente porque quando eles iam para o computador, já tinham conhecimento sobre a teoria. No fim, tivemos cinco mil pessoas capacitadas”, conta.

 

Sarah comentou também que é preciso ter algum cuidado com o recebimento de doações de computadores e celulares usados, que muitas vezes não possuem utilidade e acabam virando um problema para as bibliotecas fazerem o descarte apropriado do material.

 

Já para envolver os gestores e os bibliotecários sobre a necessidade de ampliar os recursos e o uso de equipamentos digitais, Sarah aconselha a contratação de um especialista para falar sobre o assunto. “Infelizmente, as pessoas não dão muito valor para quem é da casa, mas quando alguém de fora vem e apresenta os benefícios da digitalização é bem mais fácil de conseguir apoio para a causa.” Para finalizar, Gonzalo reforçou a necessidade de mostrar por meio de números e dados os resultados do impacto social promovido pelas atividades realizadas pelas bibliotecas.