Como uma biblioteca pública pode ser sustentável?

Existem várias alternativas para isso. Muitas delas não estão no orçamento municipal

Quando falamos em sustentabilidade para bibliotecas estamos indo além do aspecto financeiro, da destinação de recursos públicos para o funcionamento e a renovação de acervos de um equipamento cultural. O conceito de sustentabilidade é muito mais abrangente e envolve três dimensões que merecem ser cuidadosamente avaliadas: a política, a cultural e a financeira. Todas elas suscitam reflexões e pedem respostas claras para serem atendidas.

Por exemplo: como a biblioteca pública é reconhecida pela comunidade? A sua missão é visível para todos? As pessoas sabem que ela existe e quais são os serviços que presta, além de emprestar livros? Como a biblioteca se relaciona com as diferentes esferas da vida pública, comunitária e social? Essas são questões relacionadas à dimensão política.

No plano cultural, é importante saber se o planejamento da biblioteca é compartilhado com seus usuários e com a comunidade do entorno. A sua proposta cultural é clara para ativar e motivar a comunidade interessada em participar das suas ações? Existem voluntários que se dedicam à biblioteca? Como são tratados e valorizados? Como é garantida a sua fidelização?

A sustentabilidade financeira, em princípio assegurada pelo poder público, precisa ser ampliada pela geração de recursos próprios para oferecer novos serviços, programação cultural diversificada e equipes motivadas. Essas características, quase elementares, transformam unidades burocráticas e obsoletas em bibliotecas vivas.

A reflexão sobre questões como “quanto custa manter a biblioteca e seus serviços? Quanto falta para ampliar serviços? A equipe da biblioteca conhece o funcionamento e a composição do orçamento público? Existe algum planejamento para a mobilização e captação dos recursos que estão faltando?” costuma apresentar respostas inesperadas e criativas. Basta que se torne uma prática incorporada ao cotidiano de gestores, dirigentes culturais e profissionais da área.



Se você tem interesse em saber mais sobre sustentabilidade, como elaborar projetos e propostas para diferentes públicos e como mobilizar pessoas e recursos para sua biblioteca ou equipamento cultural da sua cidade, sugerimos a leitura do caderno Notas de Biblioteca 10, publicação da Unidade de Difusão Cultural, Bibliotecas e Leitura da Secretaria da Cultura, produzida pela SP Leituras e distribuída a todas as unidades vinculadas ao Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo (SisEB).

Clique aqui para baixar a versão digital